«Chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai»

 
 
Enche-me de alegria poder encontrar-me convosco, neste clima de festa.
 

... Poder ouvir os vossos testemunhos e partilhar o vosso entusiasmo e amor a Jesus.

Obrigado, D. Ricardo Valenzuela, responsável da pastoral juvenil, pelas suas palavras! Obrigado, Manuel e Liz, pela coragem de partilhardes as vossas vidas, oferecendo o vosso testemunho neste encontro. Não é fácil falar das nossas coisas pessoais, e menos ainda diante de tantas pessoas. E vós partilhastes o tesouro maior que tendes: as vossas vicissitudes, as vossas vidas e como Jesus, pouco a pouco, entrou nelas.

Para responder às vossas perguntas, gostaria de realçar algumas das coisas que partilhastes.

Manuel, falaste mais ou menos assim: «Hoje tenho desejos, de sobra, de servir os outros; tenho vontade de me vencer». Passaste por momentos muito difíceis, situações muito dolorosas, mas hoje tens grande desejo de servir, de sair, de partilhar a tua vida com os outros.

Liz não é nada fácil ser mãe dos próprios pais, sobretudo quando se é jovem, mas que grande sabedoria e maturidade encerram as tuas palavras, quando nos dizias: «Hoje jogo com ela, mudo-lhe as fraldas… Coisas todas, que hoje ofereço a Deus; e estou apenas compensando o que mãe fez por mim».

Vós, jovens paraguaios, sois corajosos de verdade.

Partilhastes também como conseguistes continuar; onde encontrastes forças. Na paróquia – dissestes ambos –, nos amigos da paróquia e nos retiros espirituais que lá se organizavam. Duas chaves muito importantes: os amigos e os retiros espirituais.

Os amigos. A amizade é um dos presentes maiores que uma pessoa, um jovem pode ter e pode oferecer. É verdade! Como é difícil viver sem amigos. Vede se esta não é uma das coisas mais belas que Jesus disse: «Chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai» (Jo 15, 15). Um dos maiores segredos do cristão radica-se no facto de ser amigo, amigo de Jesus. Quando uma pessoa ama alguém, permanece ao seu lado, cuida dele, ajuda-o, diz-lhe o que pensa, mas sem o deixar caído por terra. Assim faz Jesus connosco, nunca nos deixa caídos por terra. Os amigos apoiam-se, fazem-se companhia, protegem-se. Assim procede o Senhor connosco. Serve-nos de apoio.

Os retiros espirituais. Santo Inácio tem uma meditação famosa, chamada das duas bandeiras. Descreve, por um lado, a bandeira do demónio e, por outro, a bandeira de Cristo. Seria como as camisas de duas equipes; e pergunta-nos, em qual delas gostaríamos de jogar.

Com aquela meditação, leva-nos a imaginar como seria pertencer a uma ou a outra equipe. Seria como perguntar: Com quem queres jogar na vida?

E Santo Inácio diz que o demónio, para recrutar jogadores, promete àqueles que jogam com ele riqueza, honras, glória e poder. Serão famosos. Serão endeusados por todos.

No lado oposto, apresenta-nos o jogo de Jesus. Não como algo fantástico. Jesus não nos apresenta uma vida de “estrelas”, famosos; pelo contrário, jogar com Ele é um convite à humildade, ao amor, ao serviço aos outros. Jesus não nos mente. Toma-nos a sério.

Na Bíblia, o demónio é chamado o pai da mentira. Ele prometia ou, melhor, fazia-te crer que, se fizesses certas coisas, serias feliz; mas depois dás-te conta de que não és nada feliz; foste atrás de algo que, longe de te dar a felicidade, fez-te sentir mais vazio, mais triste. Amigos, o diabo, é um «vende fumaça». Promete-te, promete-te, mas não te dá nada, nunca cumpre nada do que diz. É um mau pagador. Faz-te desejar coisas que não depende dele que tu as obtenhas ou não. Faz-te depositar a esperança em algo, que nunca te fará feliz. Este é o seu jogo, esta é a sua estratégia: falar muito, oferecer muito e não fazer nada. É um grande «vende fumaça», porque tudo o que nos propõe é fruto da divisão, de nos compararmos com os outros, de pisar a cabeça aos outros para conseguirmos as nossas coisas. É um «vende fumaça», porque o único caminho para alcançar tudo isto é pôr de lado os teus amigos, não dar apoio a ninguém. Porque tudo se baseia na aparência. Faz-te crer que o teu valor depende de quanto possuis.

Do lado contrário, temos Jesus que nos oferece o seu jogo. Não nos vende fumaça; não nos promete, aparentemente, grandes coisas. Não nos diz que a felicidade está na riqueza, no poder, no orgulho. Antes pelo contrário, mostra-nos que o caminho é outro. Este Treinador diz aos seus jogadores: bem-aventurados, felizes os pobres em espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que trabalham pela paz, os perseguidos por causa da justiça. E conclui dizendo: Alegrai-vos com tudo isto.

Por que motivo? Porque Jesus não nos mente. Mostra-nos um caminho que é vida, que é verdade. Ele mesmo é a grande prova disso. É o seu estilo, a sua maneira de viver a existência, a amizade, a relação com o seu Pai. E a isto nos convida: a sentirmo-nos filhos, filhos amados.

Jesus não te vende fumaça. Porque sabe que a felicidade verdadeira, a felicidade que enche o coração não está nos trapos que vestimos, nos sapatos que calçamos, na etiqueta de determinada marca. Ele sabe que a verdadeira felicidade encontra-se em sermos sensíveis, em aprender a chorar com os que choram, em aproximar-se de quem está triste, em deixar chorar sobre o próprio ombro, dar um abraço. Quem não sabe chorar, não sabe rir e, consequentemente, não sabe viver. Jesus sabe que, neste mundo de tanta concorrência, inveja e agressividade, a verdadeira felicidade passa por aprender a ser pacientes, a respeitar os outros, a não condenar nem julgar ninguém. Quem se irrita já perdeu: diz o ditado. Não abandoneis o vosso coração à ira, ao rancor. Felizes os que têm misericórdia. Felizes os que sabem colocar-se no lugar de outro, os que têm a capacidade de abraçar, de perdoar. Todos experimentámos isto alguma vez. Todos, em determinados momentos, nos sentimos perdoados: como é bom! É como reaver a vida, ter uma nova oportunidade. Não há nada mais belo do que ter nova oportunidade. É como se a vida voltasse a começar. Por isso, felizes aqueles que são portadores de nova vida, de novas oportunidades. Felizes quantos trabalham para isso, aqueles que lutam para isso. Erros, todos cometemos; as equivocações, não têm conta. Por isso, felizes aqueles que são capazes de ajudar os outros a sair dos seus erros, das suas equivocações. São verdadeiros amigos e não deixam ninguém caído por terra. Estes são os puros de coração, aqueles que, conseguindo ver mais além da simples nódoa, superam as dificuldades. Felizes aqueles que se fixam especialmente na parte boa dos outros.

Liz, tu nomeaste Chikitunga, uma Serva de Deus paraguaia. Disseste que era como tua irmã, tua amiga, teu modelo. Ela, como muitos outros, mostra-nos que o caminho das Bem-aventuranças é um caminho de plenitude, um caminho possível, real; que enche o coração. Os Santos são nossos amigos e modelos que já deixaram de jogar neste campo, mas transformaram-se naqueles jogadores indispensáveis para quem sempre se olha a fim de darmos o melhor de nós mesmos. Eles são a prova de que Jesus não é um «vende fumaça», mas que a sua proposta é mesmo de plenitude. Acima de tudo, é uma proposta de amizade: amizade verdadeira, amizade de que todos precisamos. Amigos, segundo o estilo de Jesus. Não para ficarmos entre nós, mas sair pelo campo, ir fazer mais amigos. Para contagiar com a amizade de Jesus toda a gente, onde quer que esteja, no trabalho, no estudo, na noitada, por whastapp, no facebook ou no twitter. Quando saem para dançar, ou estão a tomar um bom tereré. Na praça ou jogando uma partida no campo do bairro. É aí que estão os amigos de Jesus. Não vendendo fumaça, mas dando apoio; o apoio de saber que somos felizes, porque temos um Pai que está no Céu.

(from Vatican Radio)

 
 
 
 
 

Nutrimos a esperança de que a virgem Mãe, que durante o ano santo de 1950, não sem divina vontade foi por nós proclamada Assunta ao céu em alma e corpo; ...Leia mais!Ouça tmb

Dado em Roma, junto a São Pedro, a 14 de julho de 1958, XX do nosso pontificado. 

PIO PP. XII

 

...pra você!@% rs

O tradicional encontro do Papa com os jornalistas durante o voo, neste caso o de retorno de Assunção a Roma, durou cerca de uma hora. Muitos foram os questionamentos, desde a situação grega e a economia mundial, a falta de mensagens direcionadas à classe média, até o crucifixo sobre a foice e o martelo presenteado pelo presidente da Bolívia...

A primeira pergunta questionava o porquê do Paraguai ainda não ter um cardeal. O Papa mesmo disse que o país mereceria ter até dois, mas não por questão de méritos, mas porque “é uma Igreja viva, uma Igreja alegre, uma Igreja lutadora e com uma história gloriosa”.

Sobre a visita no Equador, o Santo Padre foi questionado se simpatizava com o projeto político do presidente Correa, visto que a Sua presença e inclusive uma frase do Pontífice poderia ter sido usada politicamente. A frase é: “O povo do Equador se colocou de pé, com dignidade”. Francisco agradeceu pelo povo ter respeitado a Sua visita em meio a problemas políticos do país.

"Equador não é um país de descarte, ou seja, que se refere a todo o povo e a toda a dignidade desse povo, que depois da guerra de fronteiras, se colocou de pé e tomou cada vez mais consciência da sua dignidade e da riqueza da unidade na variedade que tem. Ou seja, que não pode se atribuir a uma situação concreta. Porque a mesma frase – comentaram comigo, eu não a vi – foi instrumentalizada para explicar ambas situações: que o governo colocou de pé o Equador ou que teriam colocado de pé os opositores ao governo. Uma frase se pode instrumentalizar e, nisso, acredito que se precisa ser muito cuidadoso. [...] É muito importante no trabalho de vocês a hermenêutica de um texto. Um texto não pode ser interpretado com uma frase. A hermenêutica tem que ser em todo o contexto."

Movimentos populares

Sobre o encontro na Bolívia com os Movimentos Popolares, quando Francisco fez referência ao ‘novo colonialismo’ e à ‘idolatria do dinheiro que submete a economia’, uma pergunta ao Santo Padre foi direcionada à situação atual da Grécia que pode inclusive comprometer a União Europeia.

"Eu tenho uma grande alergia à economia, porque o papai era contador e, quando não terminava o trabalho na fábrica, levava-o para casa. O sábado e o domingo, com aqueles livros, daqueles tempos, com os títulos que se faziam em gótico... e trabalhava, e eu via o papai... e tenho uma alergia. Eu não entendo bem como é a coisa, mas certamente seria simples dizer: a culpa é somente desta parte. Os governantes gregos que levaram adiante essa situação de dívida internacional, têm também uma responsabilidade. Com o novo governo grego se foi em direção a uma revisão um pouco justa. Eu espero, e é a única coisa que posso dizer, porque não sei bem, que encontrem uma estrada para resolver o problema grego e também uma estrada vigilante para não recair em outros países o mesmo problema, e que isso nos ajude a ir adiante, porque aquela estrada do empréstimo e das dívidas no final, não termina nunca."

Crucifixo 

Sobre o presente recebido pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, o Santo padre reafirmou se tratar de uma obra de Padre Espinal, “uma arte de protesto, mas que não conhecia e não me ofende”. Mas, afinal, o que teria sentido o Papa ao receber aquela foice e martelo com o Cristo em cima?

"Eu, é curioso, não conhecia isso e nem sabia que Padre Espinal era escultor e também poeta. Eu soube nestes dias. Eu o vi e, para mim, foi uma surpresa. […] Primeiro ponto, então, não sabia; segundo, eu o qualifico como arte de protesto que, em alguns casos, pode ser ofensiva, em alguns casos. Terceiro, neste caso concreto: Padre Espinal foi morto em 1980. Era um tempo em que a Teologia da Libertação tinha muitas linhas, uma dessas era com a análise marxista da realidade, e Padre Espinal pertencia a essa. Isso sim, eu sabia, porque naquele tempo, eu era reitor da Faculdade de Teologia e se falava muito sobre isso, das diversas linhas e quais eram seus representantes. […] Espinal é um entusiasta dessa análise da realidade marxista, mas também da teologia, usando o marxismo. Disso surgiu esta obra. Inclusive as poesias de Espinal são daquele gênero de protesto, mas era a sua vida, era o seu pensamento, era um homem especial, com tanta genialidade humana, e que lutava com boa fé. Fazendo uma hermenêutica do gênero, eu entendo essa obra. Para mim não foi uma ofensa. Mas precisei fazer essa hermenêutica e digo para vocês para que não existam opiniões erradas. Este objeto agora eu levo comigo. Vem comigo."

Nova perspectiva

Questionado sobre a falta de mensagens direcionadas para a classe média, já que a maioria dos discursos do Papa são eloquentes para os pobres e também para os ricos e poderosos, o Pontífice respondeu:

"O senhor tem razão, é um erro da parte minha. Devo pensar sobre isso. Farei algum comentário, mas não para me justificar. O Senhor tem razão, devo pensar um pouco. O mundo está polarizado. A classe média está menor. A polarização entre os ricos e os pobres é grande, isso é verdade, e talvez isso me levou a não perceber aquilo. Falo do mundo, alguns países não, vão muito bem; mas, no mundo em geral, a polarização se vê e o número dos pobres é grande. Então, por que falo dos pobres? Mas porque está no coração do Evangelho, e sempre falo do Evangelho sobre a pobreza, ainda que seja sociológica. Depois, sobre a classe média têm algumas palavras que eu disse, mas um pouco ‘em passant’. Mas a gente simples, a gente comum, o operário... aquilo é um grande valor."

 

Descontração, rsrs

Inclusive uma brincadeira foi colocada ao Santo Padre sobre o uso insistente de fotos, como o selfie, nesta era digital e em meio à missa, feitas por jovens, crianças e colegas.

"O que eu penso? É uma outra cultura. Eu me sinto bisavó. Hoje, ao me despedir, um policial, grande, com seus 40 anos, me disse: ‘faço um selfie’. E eu disse: ‘mas você é um adolescente’. Sim, é uma outra cultura, mas eu a respeito." [rs..]

E ainda, em gênero de curiosidade, um jornalista pediu qual o segredo de tamanha vivacidade do Papa Francisco – confirmada tanto na viagem à America Latina, como nesses últimos dois anos e meio de pontificado:

"Qual é a sua ‘droga’, gostaria de questionar ele... (risos). È, aquela era a pergunta! Ah… a ‘droga’. Mas, o mate me ajuda. Mas não provei a coca. Isso é claro, não?" (AC) (from Vatican Radio)

...3. Mas, se com ânimo pensativo examinamos as causas de tantos perigos, presentes e futuros, facilmente vemos que as decisões, as forças e as instituições dos homens são inevitavelmente destinadas a falhar sempre que ou é descurada, ou não é colocada no seu justo lugar, ou é positivamente suprimida a autoridade de Deus - que ilumina as mentes com os seus mandamentos e as suas proibições, e que é princípio e garantia da justiça, fonte da verdade e fundamento das leis. Toda casa que não se apóia numa base sólida e segura rui; toda inteligência que não é iluminada pela luz de Deus afasta-se mais ou menos da plenitude da verdade; surgem as discórdias, aumentam, avolumam-se, se a caridade fraterna não afervora os cidadãos, os povos e as nações...(Fonte)
 

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