Criatividade, imaginação e inovação

Sir Ken Robinson, expert em criatividade, apresenta os três mitos da cultura de inovação

 

Sir Ken Robinson abriu sua palestra na HSM ExpoManagement 2012 afirmando que a maioria dos adultos passa a vida inteira fazendo algo de que não gosta. “Muitas pessoas não têm ideia de quais são seus talentos e acabam levando uma vida pouco gratificante”, avaliou o palestrante. Para ele, o talento faz parte da natureza humana como um recurso natural, mas permanece geralmente escondido sob a superfície. É preciso desenterra-lo e saber o que fazer com ele.

Robinson contou que entrevistou o cantor Paul McCartney durante a pesquisa para seu novo livro. Perguntou ao ex-Beatle se ele gostava de música quando estava na escola. O cantor respondeu que odiava, e que o professor não pensava que ele tivesse talento. “Na verdade, aquele professor tinha um talento à sua frente e não percebia”, ponderou, questionando a plateia sobre a quantidade de talentos que as empresas precisam descobrir.

“A inovação das empresas talvez seja uma das prioridades estratégicas existentes”, afirmou. O professor explicou que a inovação é um subproduto da criatividade. “Para inovar, é preciso estimular a criatividade. Isso passa a ser imperativo. É essencial ter boas ideias todos os dias e sob demanda”.

Robinson acredita que as novas tecnologias mudaram a forma e o ritmo de estudar, pesquisar, comunicar-se e aprender, alterando também as expectativas dos seres humanos. “Estamos enfrentando desafios maiores, que são fruto do produto da criatividade humana. Portanto, precisamos ser mais criativos, e parte disso diz respeito à educação e ao modo como administramos as empresas”.

Para ele, os grandes líderes entendem que, se as condições forem ideais, o crescimento é inevitável. “Os líderes precisam entender a dinâmica do crescimento, e que a convergência entre neurociência, biotecnologia e genética serão primordiais para as novas gerações, uma vez que o impacto da revolução tecnológica é imprevisível”. O professor afirma que não conseguiremos prever o futuro, mas as organizações que conseguirem detectar inovações irão além do século 21.

Ken Robinson finalizou sua apresentação apresentando três mitos para o desenvolvimento da criatividade nas empresas:

Mito 1 – Só pessoas especiais são criativas

Todos têm potencial criativo, mas nem todos conseguem desenvolver essa competência. O que temos é uma cultura de inovação que deveria envolver a todos. Muitas organizações dividem as equipes em pessoas criativas e não criativas, e isso não deveria acontecer.

Mito 2 – A criatividade requer atributos especiais

Criatividade nada tem a ver com dons artísticos. Para Robinson, tudo o que envolve inteligência, envolve criatividade. Você pode ser criativo em qualquer área. É preciso envolver todos os cargos das empresas. “O Starbucks não inventou o café, mas a cultura de tomar café de modo diferente”, exemplificou.

Mito 3 - Ou você é bom ou não é

A inovação é uma questão de liderança. A empresa pode ser mais inovadora dependendo do estilo de liderança que apresenta. É preciso estabelecer um clima no qual as pessoas contribuam com ideias. É uma passagem do estado de comando e controle para o de controle climático. Um grande líder não precisa ter boas ideias, precisa criar um ambiente para que as pessoas tenham grandes ideias. “Inovar é colocar em prática boas ideias. É cultivar a imaginação”, finalizou.

Confira os principais insights do palestrante

Portal HSM

06/11/2012

Veja Essa:

Menos teoria e mais prática.

 

Joichi Ito, diretor do Media Lab do MIT, alerta que é preciso mudar rápido, ser resiliente e ter agilidade para inovar no mundo pós-internet

“O mundo é dividido basicamente em duas eras: antes e pós-internet. Nesta, qualquer um pode inovar e as mudanças acontecem sem pedir permissão”. Com esta tônica, Joichi Ito, diretor do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT), abriu sua palestra na HSM ExpoManagement 2012.

Para Ito, um dos mais influentes pensadores do desenvolvimento da internet, antes da rede o mundo era muito mais simples e os planos funcionavam bem. Com o surgimento da internet, a maioria das grandes mudanças tornou-se imprevisível.

“Uma das coisas que aconteceram após o advento da internet é que passamos a não saber mais quais são as normas, nem se existem regras. Porém, sabemos que existem princípios e não devemos nos esquecer deles. As empresas precisam entender que o pensamento centralizado já não existe e que um vago consenso é o que faz as coisas acontecerem”, afirma o palestrante.

Sendo um dos primeiros investidores de mais de 40 empresas, entre elas Twitter, Flickr, Six Apart e mais de 40 outras empresas, Ito relembra a época do investimento no Twitter. “Muitos investidores me diziam que não era possível investir em uma empresa de future, que não possuía um plano de negócios. Mas a internet é formada por peças soltas que se conectam sem que nada seja planejado”, pondera. Ele ainda ilustra: “As rashtags começaram em um momento em que ninguém imaginava que as pessoas fossem aderir a esse movimento. É preciso estar atento e ver como as pessoas usam a internet. Muitas vezes, é de um jeito que você não espera”, explica.

Ito alerta que o fluxo de inovação mudou e que as pessoas que lidam com o produto têm prioridade em relação aos executivos. Na internet de consumo, a prática vence a teoria. As empresas mais perturbadoras, como o Facebook, por exemplo, criam primeiro a teoria e depois vão para a prática.

Além disso, para se criar algo novo é importante ser desobediente. “Nós, do Media Lab, acreditamos firmemente na desobediência. Você não ganha um Prêmio Nobel se fizer o que lhe mandaram fazer”, comenta.

Faça suas apostas

A 3M e a Wikipedia são duas empresas que desafiaram a ordem estabelecida, Ito cita.“Se o engenheiro da 3M não tivesse sido desobediente, e se o presidente não tivesse permitido, a empresa não existiria hoje. Já no caso da Wikipedia, a ideia aparentemente era maluca, porém você nunca sabe qual ideia vai ter mais sucesso. O truque é fazer varias apostas e atuar dentro de um ecossistema.”

O palestrante não tem medo de investir em novas empresas e afirma que não apostar naquilo que é arriscado é um erro. Cada fracasso é uma lição. Para ele, os piores empreendedores são aquele que têm sempre sucesso. É melhor fracassar em pequenas coisas e, depois, encontrar o grande sucesso.

Na visão de Ito, existem muitas maneiras de perder dinheiro. “Investi US$100 mil em várias empresas. O máximo que eu perdia por negócio eram US$100 mil. A maioria das empresas de risco pode ter passado por um fracasso. Eu não leio plano de negócios. Se gostar da pessoa e da empresa, aposto nela”.

Outro alerta que o especialista faz é sobre o tempo investido na tomada de decisão. Muitas vezes, o tempo gasto em reuniões para autorizar um projeto custa mais do que o próprio projeto. O preço da gestão do risco é maior do que o risco em si. Por isso, é necessário ampliar a visão e pensar nas extremidades.

“Não gaste muito tempo na prevenção do risco. Aprenda a ser resiliente e tenha agilidade para sobreviver no mundo pós-internet. Lembre-se que todos os ativos de sua empresa são o passivo para sua agilidade. Quando você pensa num mundo de mudança rápida, você precisa perceber o que prejudicará sua agilidade”, finaliza o palestrante.

Confira os principais insights do palestrante

Portal HSM

05/11/2012

ASSOCIAR, QUESTIONAR, OBSERVAR,  TRABALHAR EM REDE, EXPERIMENTAR...