Frases natal 2014

 
 

Com uma voz suave e bela, o P. Olivier Marie Sarr, membro do Mosteiro benedetino de “Keur Moussa”, no Senegal, acompanhado na Kora (instrumento típico da África Ocidental) pelo P. Paul Kolier, interpretou, nesta quadra natalícia, dois cânticos de Natal para os ouvintes da nossa Emissora. Trata-se,  antes de mais, de um cântico em crioulo do Sul do Senegal (fronteira com a Guiné-Bissau), intitulada "Ê Noel".

  1. Deus ama tanto o homem que, tendo-Se feito Ele próprio homem, segue-o até à morte e, deste modo, reconcilia justiça e amor.
  1. Deus não escolheu palácios para nascer, nem aceitou ser aprisionado em templos: encarnou-se em uma pessoa e na vida das pessoas, e continuará a fazê-lo mediante os que creem e se põem a serviço do Reino.
  2. “Somente a presença de Jesus pode dar ao homem a verdadeira felicidade”:
  3. “Tu estás acima dos querubins, tu que transformaste a miserável condição do mundo quando te fizeste como nós” (Santo Agostinho)
  4. O amor — caritas — será sempre necessário, mesmo na sociedade mais justa. Não há qualquer ordenamento estatal justo que possa tornar supérfluo o serviço do amor. Quem quer desfazer-se do amor, prepara-se para se desfazer do homem enquanto homem. Sempre haverá sofrimento que necessita de consolação e ajuda. Haverá sempre solidão. Existirão sempre também situações de necessidade material, para as quais é indispensável uma ajuda na linha de um amor concreto ao próximo. [20] Um Estado, que queira prover a tudo e tudo açambarque, torna-se no fim de contas uma instância burocrática, que não pode assegurar o essencial de que o homem sofredor — todo o homem — tem necessidade: a amorosa dedicação pessoal. Não precisamos de um Estado que regule e domine tudo, mas de um Estado que generosamente reconheça e apoie, segundo o princípio de subsidiariedade, as iniciativas que nascem das diversas forças sociais e conjugam espontaneidade e proximidade aos homens carecidos de ajuda. A Igreja é uma destas forças vivas: nela pulsa a dinâmica do amor suscitado pelo Espírito de Cristo. Este amor não oferece aos homens apenas uma ajuda material, mas também refrigério e cuidado para a alma — ajuda esta muitas vezes mais necessária que o apoio material. A afirmação de que as estruturas justas tornariam supérfluas as obras de caridade esconde, de facto, uma concepção materialista do homem: o preconceito segundo o qual o homem viveria « só de pão » (Mt 4, 4; cf. Dt 8, 3) — convicção que humilha o homem e ignora precisamente aquilo que é mais especificamente humano.
  5. A competência profissional é uma primeira e fundamental necessidade, mas por si só não basta. É que se trata de seres humanos, e estes necessitam sempre de algo mais que um tratamento apenas tecnicamente correcto: têm necessidade de humanidade, precisam da atenção do coração. Todos os que trabalham nas instituições caritativas da Igreja devem distinguir-se pelo facto de que não se limitam a executar habilidosamente a acção conveniente naquele momento, mas dedicam-se ao outro com as atenções sugeridas pelo coração, de modo que ele sinta a sua riqueza de humanidade. Por isso, para tais agentes, além da preparação profissional, requer-se também e sobretudo a « formação do coração »: é preciso levá-los àquele encontro com Deus em Cristo que neles suscite o amor e abra o seu íntimo ao outro de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor (cf. Gal 5, 6).
  6. Baseado num amor exclusivo e definitivo torna-se o ícone do relacionamento de Deus com o seu povo e, vice-versa, o modo de Deus amar torna-se a medida do amor humano. 
  7. "Foi o orgulho que transformou os anjos em diabos; é a humildade que torna os homens iguais aos anjos”. (Sto Agostinho)
  8. Por fim o Papa disse imaginar como mudaria o mundo se cada um de nós começasse já a cuidar sériamente de si próprio e a cuidar generosamente  da sua própria relação com Deus e com o próximo, se olhassemos para o outro, especialmente o mais necssitado com olhos de bondade e de ternura como Deus olha para nós, nos espera e nos perdoa; se encontrassemos na humildade a nossa força, o nosso tesouro. Mas muitas vezes – disse  - temos medo da ternura e da humildade.
  9. O cristão sabe quando é tempo de falar de Deus e quando é justo não o fazer, deixando falar somente o amor. Sabe que Deus é amor (cf. 1 Jo 4, 8) e torna-Se presente precisamente nos momentos em que nada mais se faz a não ser amar. Sabe — voltando às questões anteriores — que o vilipêndio do amor é vilipêndio de Deus e do homem, é a tentativa de prescindir de Deus. Consequentemente, a melhor defesa de Deus e do homem consiste precisamente no amor. É dever das organizações caritativas da Igreja reforçar de tal modo esta consciência em seus membros, que estes, através do seu agir — como também do seu falar, do seu silêncio, do seu exemplo —, se tornem testemunhas credíveis de Cristo.
  10. Por outro lado — como adiante havemos de considerar de modo mais detalhado — o « mandamento » do amor só se torna possível porque não é mera exigência: o amor pode ser « mandado », porque antes nos é dado.
  11. Não existe escuridão capaz de apagar a luz, mas a menor luz pode afastar a máxima obscuridade” (Fonte)
  12. Deixemo-nos tocar por Deus. Cabe a Ele conduzir Seu plano de amor para nós e nosso papel no mundo. Digamos como Maria, “Faça-se em mim segundo a tua palavra.”
  13. “Para estar em pé, é preciso ajoelhar-se”. 
  14. Amor a Deus e amor ao próximo fundem-se num todo: no mais pequenino, encontramos o próprio Jesus e, em Jesus, encontramos Deus.
  15. A presença do Senhor amplia os horizontes, guia os pensamentos e as emoções, e dá a força necessária para vencer as dificuldades e as provações”.
  16. O Concílio Vaticano II afirma sinteticamente: “A maior razão da dignidade do homem consiste em sua vocação à comunhão com Deus. Desde o nascimento, o homem é convidado ao diálogo com Deus: não existiria, na verdade, se não fosse criado pelo amor de Deus, por Ele sempre é conservado por amor, nem vive plenamente segundo a verdade se não O reconhece livremente e não se confia ao seu criador.” (Cost. Gaudium et spes, 19).
  17. A fé, de fato, é encontro com Deus que fala e opera na história e que converte a nossa vida cotidiana, transformando em nós a mentalidade, juízos de valor, escolhas e ações concretas. Não é ilusão, fuga da realidade, refúgio confortável, sentimentalismo, mas é implicação de toda a vida e é anúncio do Evangelho, Boa Notícia capaz de libertar todos os homens.
  18. « Si comprehendis, non est Deus – se O compreendesses, não seria Deus » (Sto Agostinho)
  19. 16. Depois de termos reflectido sobre a essência do amor e o seu significado na fé bíblica, resta uma dupla pergunta a propósito do nosso comportamento. A primeira: é realmente possível amar a Deus, mesmo sem O ver? E a outra: o amor pode ser mandado? Contra o duplo mandamento do amor, existe uma dupla objecção que se faz sentir nestas perguntas: ninguém jamais viu a Deus — como poderemos amá-Lo? Mais: o amor não pode ser mandado; é, em definitivo, um sentimento que pode existir ou não, mas não pode ser criado pela vontade. A Escritura parece dar o seu aval à primeira objecção, quando afirma: « Se alguém disser: "Eu amo a Deus", mas odiar a seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama a seu irmão ao qual vê, como pode amar a Deus, que não vê? » (1 Jo 4, 20). Este texto, porém, não exclui de modo algum o amor de Deus como algo impossível; pelo contrário, em todo o contexto da I Carta de João agora citada, tal amor é explicitamente requerido. Nela se destaca o nexo indivisível entre o amor a Deus e o amor ao próximo: um exige tão estreitamente o outro que a afirmação do amor a Deus se torna uma mentira, se o homem se fechar ao próximo ou, inclusive, o odiar. O citado versículo joanino deve, antes, ser interpretado no sentido de que o amor ao próximo é uma estrada para encontrar também a Deus, e que o fechar os olhos diante do próximo torna cegos também diante de Deus.
  20. A verdade de um Deus revelada na história, desejoso de comunicar com o homem face a face, em um relacionamento de amor com ele.
  21. O “meio mais eficaz” para conservar a paz “é a certeza de ser amados por Deus”.
  22. Deus desmoronam-se as fronteiras, porque só Deus pode eliminar os confins porque graças a Ele somos todos irmãos, fazemos parte uns dos outros; torna presente que a unicidade de Deus significa fraternidade e ao mesmo tempo reconciliação dos homens, o desmoronamento das fronteiras que nos une e cura.
  23. Quem é responsável pelo estado de cada pessoa submetida à escravidão pela sua exploração, deve ser punido com o máximo da pena. Devemos viver em um mundo melhor. Deus nos deu uma enorme capacidade intelectual – o vemos nos seus frutos – e esta capacidade intelectual deve ser acompanhada por uma ética, que aparece na Bíblia. Também pelo senso comum, uma ética de respeito do próximo”.
  24. João Batista, no Evangelho, apresenta o Salvador, Jesus Cristo. A acolhida a ele se faz de modo comprometedor e radical. Aplainar o caminho, abrir o coração, manifestar ao Senhor que ele é bem-vindo, que sua chegada é mais que importante para nós, que só ele tem palavras de libertação e de eternidade. Como anunciou João Batista só ele pode nos dar o Espírito Santo, que faz nova todas as coisas..
  25. o anúncio da Palavra cria comunhão e gera a alegria. Trata-se de uma alegria profunda que brota do próprio coração da vida trinitária e é-nos comunicada no Filho. Trata-se da alegria como dom inefável que o mundo não pode dar. Podem-se organizar festas, mas não a alegria. Segundo a Escritura, a alegria é fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22), que nos permite entrar na Palavra e fazer com que a Palavra divina entre em nós e frutifique para a vida eterna. Anunciando a Palavra de Deus na força do Espírito Santo, queremos comunicar também a fonte da verdadeira alegria, não uma alegria superficial e efémera, mas aquela que brota da certeza de que só o Senhor Jesus tem palavras de vida eterna (cf. Jo 6, 68).
  26. A celebração do Santo Natal já é iminente. A vigília de hoje prepara-nos para viver intensamente o mistério que esta Noite a liturgia nos convidará a contemplar com os olhos da fé. No recém-nascido divino, que colocaremos no presépio, torna-se evidente a nossa salvação. No Deus que se faz homem por nós, sentimo-nos todos amados e acolhidos, descobrimos que somos preciosos e únicos aos olhos do Criador. O Natal de Cristo ajuda-nos a tomar consciência do valor da vida humana, a vida de cada ser humano, desde o seu primeiro instante até ao seu fim natural. A quem abre o coração a este "menino envolvido em panos" e colocado "numa manjedoura" (cf. Lc 2, 12), ele oferece a possibilidade de olhar com olhos novos as realidades de todos os dias. Poderá saborear o poder do fascínio interior do amos de Deus, que consegue transformar em alegria também o sofrimento.
  27. Para viver de maneira mais autêntica e frutuosa este período de Advento, a liturgia exorta-nos a olhar para Maria Santíssima, e a encaminharmo-nos idealmente com ela para a Gruta de Belém. Quando Deus bateu à porta da sua jovem vida, ela recebeu-o com fé e com amor. Daqui a alguns dias contemplá-la-emos no mistério luminoso da sua Imaculada Conceição. Deixemo-nos atrair pela sua beleza, reflexo da glória divina, para que "o Deus que há-de vir" encontre em todos um coração bondoso e aberto, que Ele possa encher com os seus dons.
  28. 8 Dezembro 2014, Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria

    Das Meditações de Santo Anselmo, bispo

    O céu, as estrelas, a terra, os rios, o dia e a noite, e tudo quanto está sujeito ao poder ou ao serviço dos homens se alegram, Senhora, porque, tendo perdido a sua antiga nobreza, foram em certo modo ressuscitados por meio de Ti e dotados de uma graça nova e inefável. [...]

    Deus entregou a Maria o seu próprio Filho, o seu Filho Unigénito, igual a Si, a quem amava de todo o coração como a Si mesmo. No seio de Maria, Deus formou o Filho, não distinto, mas o mesmo, para que realmente fosse um e o mesmo o Filho de Deus e de Maria. Tudo o que nasce é criatura de Deus, e Deus nasce de Maria. Deus criou todas as coisas, e Maria gerou a Deus. Deus, que criou todas as coisas, fez-Se a Si mesmo por meio de Maria. E deste modo refez tudo o que tinha feito. Ele, que pôde fazer todas as coisas do nada, não quis refazer sem Maria o que tinha sido arruinado. 

    Por esta razão, Deus é o Pai das coisas criadas, e Maria a mãe das coisas recriadas. Deus é o Pai a quem se deve a constituição do mundo, e Maria a mãe a quem se deve a sua restauração. Pois Deus gerou Aquele por quem tudo foi feito, e Maria deu à luz Aquele por quem tudo foi salvo. Deus gerou Aquele fora do qual nada existe, e Maria deu à luz Aquele sem o qual nada subsiste. Verdadeiramente o Senhor está contigo, pois quis que toda a criatura reconhecesse que deve a Ti, com Ele, tão grande benefício.

    (Oratio 52: PL 158, 955-956) (Sec. XII)
  29. a gratuidade”, é a consequência que se impõe “diante do amor, da misericórdia, da graça divina derramada em nossos corações”:
  30. “A atitude de Maria de Nazaré nos mostra que ‘o ser’ vem antes do ‘fazer’, e que é necessário deixar-se fazer por Deus para ser verdadeiramente como Ele nos quer. Maria é receptiva, mas não passiva. Como, a nível físico, recebe o poder do Espírito Santo, mas depois doa carne e sangue ao Filho de Deus que se forma nela, assim, no plano espiritual, acolhe a graça e corresponde a ela com a fé”.
  31. “Porque, se tudo nos foi dado, tudo deve ser dado novamente. De que modo? Deixando que o Espírito Santo faça de nós um dom para os outros; o Espírito é dom para nós, e nós, com a força do Espírito devemos ser dom para os outros, nos tornar instrumentos de acolhida, de reconciliação e de perdão. Se a nossa existência se deixa transformar pela graça do Senhor, não poderemos reter para nós a luz que vem da sua face, mas a deixaremos passar, para que ilumine os outros”.
  32. A primeira: o mundo. Santo Agostinho, que na sua vida procurou longamente a Verdade e foi agarrado pela Verdade, tem uma belíssima e célebre obra, na qual afirma: “Interrogue a beleza da terra, do mar, do ar rarefeito e em toda parte expandida; interrogue a beleza do céu…, interrogue todas estas realidades. Todos te responderão: olhe para nós também e observe como somos belos. A beleza deles é como um hino de louvor. Ora, essas criaturas tão belas, mas mudando, quem as fez se não um que é a beleza de modo imutável?” (Sermo 241, 2: PL 38, 1134). Penso que devemos recuperar e fazer recuperar ao homem de hoje a capacidade de contemplar a criação, a sua beleza, a sua estrutura. O mundo não é um magma disforme, mas quanto mais o conhecemos,  mais descobrimos os surpreendentes mecansimos, mais vemos um projeto, vemos que tem uma inteligência criadora. Albert Einstein disse que nas leis da natureza “revela-se uma razão assim superior que toda a racionalidade do pensamento e das ordens humanas é comparativamente um reflexo absolutamente insignificante” (O Mundo como o vejo eu, Roma 2005). Uma primeira via, então, que conduz à descoberta de Deus é o contemplar com olhos atentos a criação.
  33. «O silêncio de Deus, a experiência da distância do Omnipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra encarnada.
  34.  « Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele » (1 Jo 4, 16). 
  35. Santa Maria, Mãe de Deus,
    Vós destes ao mundo a luz verdadeira,
    Jesus, vosso Filho – Filho de Deus.
    Entregastes-Vos completamente
    ao chamamento de Deus
    e assim Vos tornastes fonte
    da bondade que brota d'Ele.
    Mostrai-nos Jesus.
    Guiai-nos para Ele.
    Ensinai-nos a conhecê-Lo e a amá-Lo,
    para podermos também nós
    tornar-nos capazes de verdadeiro amor
    e de ser fontes de água viva
    no meio de um mundo sequioso.
  36. Todos os homens sentem o impulso interior para amar de maneira autêntica: amor e verdade nunca desaparecem de todo neles, porque são a vocação colocada por Deus no coração e na mente de cada homem. Jesus Cristo purifica e liberta das nossas carências humanas a busca do amor e da verdade e desvenda-nos, em plenitude, a iniciativa de amor e o projecto de vida verdadeira que Deus preparou para nós. Em Cristo, a caridade na verdade torna-se o Rosto da sua Pessoa, uma vocação a nós dirigida para amarmos os nossos irmãos na verdade do seu projecto. De facto, Ele mesmo é a Verdade (cf. Jo 14, 6).
  37. O homem «digital», como o das cavernas, procura na experiência religiosa os caminhos para superar a sua finitude e para assegurar a sua precária aventura terrena. De resto, a vida sem um horizonte transcendente não teria um sentido completo, e a felicidade, para a qual todos nós tendemos, está projectada espontaneamente para o futuro, para um amanhã que ainda se deve realizar.
  38. O nosso coração é feito para a alegria

    A aspiração pela alegria está impressa no íntimo do ser humano. Além das satisfações imediatas e passageiras, o nosso coração procura a alegria profunda, total e duradoura, que possa dar «sabor» à existência. 

  39. O homem tem em si uma sede de infinito, uma saudade de eternidade, uma busca de beleza, um desejo de amor, uma necessidade de luz e de verdade, que o impelem rumo ao Absoluto; o homem tem em si o desejo de Deus. E o homem sabe, de qualquer modo, que pode dirigir-se a Deus, sabe que lhe pode rezar. S. Tomás de Aquino, um dos maiores teólogos da história, define a oração «expressão do desejo que o homem tem de Deus». Esta atracção por Deus, que o próprio Deus colocou no homem, é a alma da oração, que depois se reveste de muitas formas e modalidades, segundo a história, o tempo, o momento, a graça e até o pecado de cada orante. Com efeito, a história do homem conheceu várias formas de oração, porque ele desenvolveu diversas modalidades de abertura ao Outro e ao Além, a tal ponto que podemos reconhecer a oração como uma experiência presente em cada religião e cultura.

  40.  «Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens do seu agrado». Deus é glorioso. Deus é pura luz, esplendor da verdade e do amor. Ele é bom. É o verdadeiro bem, o bem por excelência.

  41. 39. A fé, a esperança e a caridade caminham juntas. A esperança manifesta-se praticamente nas virtudes da paciência, que não esmorece no bem nem sequer diante de um aparente insucesso, e da humildade, que aceita o mistério de Deus e confia n'Ele mesmo na escuridão. A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! Deste modo, ela transforma a nossa impaciência e as nossas dúvidas em esperança segura de que Deus tem o mundo nas suas mãos e que, não obstante todas as trevas, Ele vence, como revela de forma esplendorosa oApocalipse, no final, com as suas imagens impressionantes. A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz — fundamentalmente, a única — que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir. O amor é possível, e nós somos capazes de o praticar porque criados à imagem de Deus. Viver o amor e, deste modo, fazer entrar a luz de Deus no mundo: tal é o convite que vos queria deixar com a presente Encíclica.

  42. “Nada te turbe, nada te espante, tudo passa, Deus não muda; a paciência tudo pode; a quem tem Deus nada falta. Só Deus basta”. (JE)

  43. “O lugar do nosso repouso é a vontade de Deus, no céu este lugar será  o próprio Deus” (Sto Agostinho)

  44. As coisas que são feitas com amor, sem pedir nada em troca, são gestos puros e as ações puras são para todos gestos de amor,  que não tem preço”. 

  45. São Francisco viveu algum tempo em Gubbio onde havia um lobo terrível e feroz e que devorava homens e animais. Por compaixão ao povo São Francisco foi ao encontro do lobo e disse-lhe: 
    "Querido irmãozinho lobo, vou fazer um trato com você! De hoje em diante, vou cuidar de você meu irmão! 
    Você vai morar em minha casa, vou lhe dar comida e você irá sempre me acompanhar e seremos sempre amigos! Você por sua vez, também será amigo de todas as pessoas desta cidade, pois de agora em diante você terá uma casa, comida e carinho, sendo assim, não precisará mais matar nem agredir ninguém, para sobreviver... "
    Com a promessa de nunca mais lesar nem homem nem animal, foi o lobo com São Francisco até a cidade. Também o povo da cidade abandonou sua raiva e começou a chamar o lobo de irmão. 
    Prometeu dar-lhe cada dia o alimento necessário. Finalmente, o irmão lobo morreu de velhice, pelo que, todos da cidade tiveram grande pesar.

    https://www.caminhosdaitalia.com.br

  46. Domingo IV do Advento

    HOMILIA DE BENTO XVI 

    Que sabedoria nasce em Belém? "Ó Sapiência, que saís da boca do Altíssimo, estendeis-vos até aos confins do mundo.." Esta invocação maravilhosa é dirigida à "Sapiência", figura central nos livros dos Provérbios, da Sabedoria e do Sirácide, que por ela são chamados precisamente "sapienciais" e nos quais a tradição cristã vislumbra uma prefiguração de Cristo. Esta invocação torna-se verdadeiramente estimulante, e aliás provocante, quando nos colocamos diante do Presépio, ou seja, do paradoxo de uma Sabedoria que tendo saído "da boca do Altíssimo", jaz envolvida em panos numa manjedoura (cf. Lc 2, 7.12.16).

    Já podemos antecipar a resposta ao pedido inicial: aquela que nasce em Belém é a Sabedoria de Deus. Escrevendo aos Coríntios, São Paulo recorre a esta expressão: "Sabedoria de Deus, envolvida em mistério" (1 Cor 2, 7), ou seja, num desígnio divino, que permaneceu escondido durante muito tempo e que o próprio Deus revelou na história da salvação. Na plenitude dos tempos, esta Sabedoria adquiriu um rosto humano, o rosto de Jesus que – como recita o Símbolo apostólico – "foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso de onde há-de vir para julgar os vivos e os mortos". O paradoxo cristão consiste precisamente na identificação da Sabedoria divina, ou seja no Logos eterno, com o homem Jesus de Nazaré e com a sua história. Não existe uma solução para este paradoxo, a não ser na palavra "Amor", que neste caso naturalmente deve ser escrita com "A" maiúscula, tratando-se de um Amor que ultrapassa infinitamente as dimensões humanas e históricas. Portanto, a Sabedoria que invocamos esta tarde é o Filho de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade; é o Verbo que, como lemos no Prólogo de João, "no princípio Ele estava com Deus", aliás, "era Deus" que com o Pai e o Espírito Santo criou todas as coisas e que "se fez carne" para nos revelar aquele Deus que ninguém pode ver (cf. Jo 1, 2-3.14.18).

  47. Um Deus escondido, que pode ser encontrado! Emanuel, Deus conosco!

  48. O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d'Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente em caminho: o amor nunca está « concluído » e completado; transforma-se ao longo da vida, amadurece e, por isso mesmo, permanece fiel a si próprio. Idem velle atque idem nolle [9] — querer a mesma coisa e rejeitar a mesma coisa é, segundo os antigos, o autêntico conteúdo do amor: um tornar-se semelhante ao outro, que leva à união do querer e do pensar. A história do amor entre Deus e o homem consiste precisamente no facto de que esta comunhão de vontade cresce em comunhão de pensamento e de sentimento e, assim, o nosso querer e a vontade de Deus coincidem cada vez mais: a vontade de Deus deixa de ser para mim uma vontade estranha que me impõem de fora os mandamentos, mas é a minha própria vontade, baseada na experiência de que realmente Deus é mais íntimo a mim mesmo de quanto o seja eu próprio.[10] Cresce então o abandono em Deus, e Deus torna-Se a nossa alegria (cf. Sal 73/72, 23-28).

  49.  Eu vejo com os olhos de Cristo e posso dar ao outro muito mais do que as coisas externamente necessárias: posso dar-lhe o olhar de amor de que ele precisa. Aqui se vê a interacção que é necessária entre o amor a Deus e o amor ao próximo, de que fala com tanta insistência a I Carta de João. Se na minha vida falta totalmente o contacto com Deus, posso ver no outro sempre e apenas o outro e não consigo reconhecer nele a imagem divina. Mas, se na minha vida negligencio completamente a atenção ao outro, importando-me apenas com ser « piedoso » e cumprir os meus « deveres religiosos », então definha também a relação com Deus. Neste caso, trata-se duma relação « correcta », mas sem amor. Só a minha disponibilidade para ir ao encontro do próximo e demonstrar-lhe amor é que me torna sensível também diante de Deus. Só o serviço ao próximo é que abre os meus olhos para aquilo que Deus faz por mim e para o modo como Ele me ama. Os Santos — pensemos, por exemplo, na Beata Teresa de Calcutá — hauriram a sua capacidade de amar o próximo, de modo sempre renovado, do seu encontro com o Senhor eucarístico e, vice-versa, este encontro ganhou o seu realismo e profundidade precisamente no serviço deles aos outros. Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis, constituem um único mandamento. Mas, ambos vivem do amor preveniente com que Deus nos amou primeiro. Deste modo, já não se trata de um « mandamento » que do exterior nos impõe o impossível, mas de uma experiência do amor proporcionada do interior, um amor que, por sua natureza, deve ser ulteriormente comunicado aos outros. O amor cresce através do amor. O amor é « divino », porque vem de Deus e nos une a Deus, e, através deste processo unificador, transforma-nos em um Nós, que supera as nossas divisões e nos faz ser um só, até que, no fim, Deus seja « tudo em todos » (1 Co 15, 28).

  50. Neste ponto, política e fé tocam-se. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo — um encontro que nos abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. Ao mesmo tempo, porém, ela serve de força purificadora para a própria razão. Partindo da perspectiva de Deus, liberta-a de suas cegueiras e, consequentemente, ajuda-a a ser mais ela mesma. A fé consente à razão de realizar melhor a sua missão e ver mais claramente o que lhe é próprio. É aqui que se coloca a doutrina social católica: esta não pretende conferir à Igreja poder sobre o Estado; nem quer impor, àqueles que não compartilham a fé, perspectivas e formas de comportamento que pertencem a esta. Deseja simplesmente contribuir para a purificação da razão e prestar a própria ajuda para fazer com que aquilo que é justo possa, aqui e agora, ser reconhecido e, depois, também realizado.
     

Frases natal 2014

16/12/2014 17:41
Homenagem portenha aos 78 anos de Bergoglio   2014-12-16 Rádio Vaticana Buenos Aires (RV) – No dia em que Jorge Mario Bergoglio completará seu 78º aniversário – em 17 de dezembro de 2014 - será descerrada uma placa comemorativa na casa onde nasceu no Bairro Flores, em Buenos Aires,...
16/12/2014 17:25
2014-12-13 Rádio Vaticana Deus salva o seu povo não de longe, mas fazendo-se próximo e com ternura. Na homilia da missa celebrada na quinta-feira, dia 11 na Casa de Santa Marta, o Papa Francisco partiu da leitura do Profeta Isaías, fazendo uma comparação: “A proximidade é tão grande que...
16/12/2014 17:17
2014-12-16 Rádio Vaticana       Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou a missa da manhã na Casa Santa Marta, nesta segunda-feira, 15, e dedicou a sua homilia ao Evangelho do dia, no qual os chefes dos sacerdotes perguntam a Jesus sobre a autoridade com a qual realiza...
14/12/2014 12:03
Cometário do Evangelho do terceiro domingo do Advento     Ouça aqui As considerações sobre o Evangelho deste terceiro domingo do Advento, do P. Bernardo Suate em diálogo com Filomeno Lopes.       (from Vatican Radio)     Mensagem de...
14/12/2014 11:54
Finalmente, o Papa disse Luzia nos diz que a vida é para ser doada. Ela viveu isso na forma extrema do martírio, mas o valor do dom de si mesmo é universal: é o segredo da verdadeira felicidade. E concluiu dizendo que o homem não se realiza plenamente com o ter e nem mesmo com o fazer, ele...
14/12/2014 11:47
“S. Paulo indica na liturgia de hoje as condições para ser missionários da alegria: rezar com perseverança, dar sempre graças a Deus, seguir o seu Espírito, procurar o bem e evitar o mal.” Este deve ser o nosso estilo de vida – continuou o Papa – que concluiu a sua mensagem afirmando que Jesus, não...
13/12/2014 21:43
"Natal sem luz não é Natal", diz Papa Francisco   2014-12-09 Rádio Vaticana     Cidade do Vaticano (RV) – “Ao acender a luz do presépio, nós queremos que a luz de Cristo esteja em nós. Um Natal sem luz não é Natal”. Esta é a essência da video-mensagem...