Inteligência emocional: comunique-se em um patamar superior


Reinaldo Passadori*

Há quase 15 anos, Daniel Goleman lançou o seu livro “Inteligência Emocional”, um best-seller lido em todo o mundo, sem dúvida, e que se desdobrou em tantos outros livros. Mas, não foi Goleman o primeiro a se preocupar com a “arquitetura do cérebro e dos sentimentos” e nem quem usou o assunto pela primeira vez para orientar pessoas de todas as culturas a desenvolver o seu tal coeficiente de inteligência. Apesar disso, hoje ninguém duvida da importância da inteligência emocional. Entender as emoções – e, principalmente, o que fazemos com elas ou como as percebemos – nunca foi tão fundamental. Sem essa habilidade, dificilmente estamos preparados para alcançar o sucesso, a vitória, tudo aquilo que associamos à felicidade.

Penso e sempre insisto em explicar a importância de outra aplicação da inteligência emocional. Desta vez, na comunicação interpessoal. Parece até estranho falar tanto em comunicação interpessoal em tempos de iPod, Twitter, Facebook e redes sociais em geral. Cada um no seu computador, cada pessoa “fazendo o seu”. Mas, não se engane, não estamos isolados. Por mais que tenhamos tantas fugas para o isolamento ao nosso alcance hoje em dia, jamais tivemos tanta necessidade de interagir: na escola, no trabalho, nas viagens, na vida social, em quase todas as circunstâncias que atravessam as nossas vidas.  Nada substitui funções básicas do ser humano, como o afeto, as emoções e a comunicação interpessoal.

Uma das mais difíceis habilidades no processo da comunicação é saber ouvir, desenvolver a arte da empatia que é nada mais do que colocar-se no lugar da outra pessoa, entender o momento psicológico, a sua capacidade (ou incapacidade) de compreender e agir em conformidade com essas características. Outra é a alteridade, que significa aceitar naturalmente a capacidade de se relacionar harmoniosamente com o diferente. Vejo gente com falta de habilidade para perceber e reagir diante das intenções e sensações de outras pessoas. Mas, essa é uma capacidade que pode ser desenvolvida.

Penso na importância de observar e agir em consonância com as dimensões da comunicação verbal. Uma delas é a espiritual, que espelha a essência, o caráter, os valores, a beleza interior, que cada um possui e é expressa por meio de comportamentos, dos cuidados com as outras pessoas, do respeito à individualidade alheia, da pura expressão do amor ao próximo, à ecologia, ao mundo em que vivemos.

Existem outras dimensões da Comunicação verbal, mas como citei Goleman, acho apropriado lembrar também da dimensão intrapessoal, que expressa o valor que cada um percebe em si mesmo, na autoestima e na capacidade de amar a si mesmo e sentir-se grato pela oportunidade de participar desse magnífico presente que é a graça da vida e dar-lhe o devido valor e significado.

Não menos importante, além dessas dimensões, relacionamos mais à forma do que  ao conteúdo, destacam-se as dimensões vocal e corporal, que tem a responsabilidade de transmitir o significado com toda a sua beleza e ciência, mesclam-se nesse sentido a lógica e a estética da comunicação. Evidenciam-se nesse contexto, as emoções, a força do olhar, a clareza, a assertividade, a segurança, a desenvoltura e a transparência. Tão importante quanto o que falamos é a forma e o contorno que damos à nossa expressão.

O mundo fascinante da comunicação ensina que algumas pessoas tem mais facilidade do que outras, mas todas podem desenvolver essas habilidades e se amparadas pelo primor da inteligência emocional, ao respeito ao ser humano, mesclado com características de simpatia, flexibilidade e um bom caráter, não há como não se sair bem  na vida, quer  seja uma pessoa mais humilde ou mais culta, quer seja um político, um professor ou um vendedor.

Com a evolução dessa competência estará livre para ser ela mesma e ser reconhecido pelos seus valores e sua essência.

* Reinaldo Passadori é Professor e Diretor do Instituto Passadori  é Administrador de Empresas com especialização em Recursos Humanos. Conferencista dos mais requisitados no segmento de Comunicação Verbal, é autor dos livros:  “Comunicação Essencial – Estratégias Eficazes para Encantar seus Ouvintes” – “As 7 Dimensões da Comunicação Verbal”,  “Media Training”,  publicados pela Editora Gente e “Quem não Comunica não Lidera”, publicado pela Editora Atlas.

Fonte

O professor Clóvis de Barros Filho, da Universidade de São Paulo, explicou à audiência de sua segunda apresentação na HSM ExpoManagement 2013 que, para os gregos, a vida boa era aquela na qual se buscava excelência de virtudes. “Nessa perspectiva, a vida é uma homenagem a nossa própria natureza, naquilo que ela oferece de bom e virtuoso.”