Janeiro 2014
1º Domingo da Quaresma - 22/02/2015
— Verdade e amor, são os caminhos do Senhor. Sl 24
— Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,/ e fazei-me conhecer a vossa estrada!/ Vossa verdade me oriente e me conduza,/ porque sois o Deus da minha salvação.
— Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura/ e a vossa compaixão que são eternas!/ De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia,/ e sois bondade sem limites, ó Senhor!
— O Senhor é piedade e retidão,/ e reconduz ao bom caminho os pecadores./ Ele dirige os humildes na justiça,/ e aos pobres ele ensina o seu caminho.
Alguns vão por curiosidade, outros para saber se ele é correto em sua teologia, outros porque desejam curas físicas e, finalmente, outros para conhecerem o caminho que leva ao Pai. (Leia mais, ouça tmb!)
Chanceler alemã fala dos temas abordados no encontro com o Francisco
V. Nós Vos Adoramos, JESUS CRISTO, e Vos bendizemos.
R. Que pela Vossa Santa Cruz, remistes o mundo.
"Tu és o rei dos judeus?" (Jo 18, 33).
- "A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que Eu não fosse entregue aos judeus; mas a minha realeza não é daqui" (Jo 18, 36).
Pilatos acrescentou:
"Logo Tu és rei?"
Jesus respondeu:
- "Tu o dizes! Eu sou rei! Para isso nasci e para isto vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz".
Pilatos replicou:
"Que é a verdade?"
Dito isto, o Procurador romano considerou encerrado o interrogatório. Foi ter com os judeus e comunicou-lhes: "Não acho n'Ele culpa alguma" (cf. Jo 18, 37-38).
O drama de Pilatos está contido na pergunta: Que é a verdade?
Não era uma pergunta filosófica sobre a natureza da verdade, mas uma pergunta existencial que dizia respeito à relação da própria pessoa com a verdade. Era uma tentativa de fugir à voz da consciência, que instava para que reconhecesse a verdade e a seguisse. O homem, que não se deixa guiar pela verdade, é capaz de sentenciar inclusivamente a condenação dum inocente.
Os acusadores intuem esta fragilidade de Pilatos e por isso não cedem. Com determinação, reclamam a morte de cruz. As meias-medidas, a que recorre Pilatos, não o ajudam. Não é suficiente a pena cruel da flagelação, infligida ao Acusado. Quando o Procurador apresenta à multidão Jesus flagelado e coroado de espinhos, usa uma frase que, no seu modo de ver, deveria quebrar a intransigência da praça. Apontando para Jesus, diz:
"Ecce homo! Eis o homem!"
Mas, a resposta foi: "Crucifica-O, crucifica-O!"
Pilatos procura então fazê-los raciocinar:
"Tomai-O vós e crucificai-O; eu não encontro n'Ele culpa alguma" (cf. Jo 19, 5-7).
Está cada vez mais convencido de que o Réu é inocente, mas isto não lhe basta para proferir uma sentença de absolvição.
Os acusadores recorrem ao último argumento: "Se O libertares, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei, é contra César" (Jo 19, 12).
A ameaça é clara. Pilatos, intuindo o perigo, cede definitivamente e profere a sentença, acompanhada do gesto teatral de lavar-se as mãos: "Estou inocente do sangue deste justo. Isso é convosco" (Mt 27, 24).
E assim Jesus, o Filho de Deus vivo, o Redentor do mundo, foi condenado à morte de cruz.
Ao longo dos séculos, a negação da verdade gerou sofrimento e morte. São os inocentes que pagam o preço da hipocrisia humana.
As meias-medidas não são suficientes. Nem basta lavar as mãos. A responsabilidade pelo sangue do justo permanece.
Foi por isso que Jesus rezou, tão ardentemente, pelos seus discípulos de todos os tempos: "Pai, santifica-os na verdade. A tua palavra é a verdade" (Jo 17, 17).
ORAÇÃO
Cristo, que aceitais uma condenação injusta,
concedei-nos, a nós e a todos os nossos contemporâneos,
a graça de sermos fiéis à verdade
e não permitais que caia sobre nós
e sobre quantos hão de vir depois de nós
o peso da responsabilidade
pelo sofrimento dos inocentes.
Jesus, justo Juiz, a Vós
a honra e a glória pelos séculos sem fim.
R. Amém.
Todos:
Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa vontade, assim na terra como é no céu. O pão nosso de cada dia, nos dai hoje, perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, Amém.
Em Latim:
Pater noster, qui es in cælis; sanctificetur nomen tuum; adveniat regnum tuum; fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; et dimitte nobis debita nostra, sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; et ne nos inducas in tentationem; sed libera nos a malo.
..."Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, não sou grato a esses professores". (Fonte)
Papa: feliz é o homem que confia em Deus
Na pressa da vida é preciso ter a coragem de parar e escolher. E o tempo quaresmal serve precisamente para isto. Na missa celebrada na manhã de 19 de Fevereiro em Santa Marta, o Papa frisou a necessidade de se questionar sobre o que é importante para a vida dos cristãos e de saber fazer as escolhas certas.
Vamos nos perguntar, insiste Papa Francisco, qual é a ‘velocidade da minha vida’, se ‘reflito sobre as coisas que faço’; e peçamos a graça de ter ‘a pequena coragem’ necessária para escolher, cada vez.
Pode nos ajudar o ‘conselho tão bonito’ do Salmo 1:
“Feliz é o homem que confia no Senhor”. Quando o Senhor nos dá este conselho ‘Pára decide, decide’,
Ele não nos deixa sozinhos. Está conosco e quer nos ajudar. Temos somente que confiar, ter confiança Nele. ‘Feliz o homem que confia no Senhor’.
Hoje, quando nós paramos para pensar nestas coisas e tomar decisões, escolher, sabemos que o Senhor está conosco, ao nosso lado para nos ajudar.
Nunca nos deixa ir sozinhos, jamais. Está sempre conosco, inclusive no momento das decisões”. Leia mais! Ouça tmb...
- Ajuda-me, Senhor a expressar com minhas palavras Tua verdade envolta em Tua beleza.
- "A lembrança é uma forma de encontro."
- "Alguns ouvem com as orelhas, outros com o estômago, outros ainda com o bolso e há aqueles que não ouvem absolutamente nada."
Bento XVI, Homilia, Quarta-feira de Cinzas, 13 de Fevereiro de 2013
Hoje, Quarta-feira de Cinzas, começamos um novo caminho quaresmal, um caminho que se estende por quarenta dias e nos conduz à alegria da Páscoa do Senhor, à vitória da Vida sobre a morte. [...]
As Leituras proclamadas oferecem-nos sugestões que somos chamados a fazê-las tornar-se, com a graça de Deus, atitudes e comportamentos concretos nesta Quaresma. A Igreja propõe-nos, em primeiro lugar, o forte apelo que o profeta Joel dirige ao povo de Israel: «Mas agora diz o Senhor, convertei-vos a mim de todo o coração com jejuns, com lágrimas, com gemidos» (2, 12). Começo por sublinhar a expressão «de todo o coração», que significa a partir do centro dos nossos pensamentos e sentimentos, a partir das raízes das nossas decisões, escolhas e acções, com um gesto de liberdade total e radical. Mas, este regresso a Deus é possível? Sim, porque há uma força que não habita no nosso coração, mas emana do próprio coração de Deus. É a força da sua misericórdia. […]
Na página do Evangelho de Mateus, que pertence ao chamado Sermão da Montanha, Jesus faz referência a três práticas fundamentais previstas pela Lei mosaica: a esmola, a oração e o jejum; mas são também indicações tradicionais, no caminho quaresmal, para responder ao convite de «converter-se a Deus de todo o coração». Mas Jesus põe em evidência aquilo que qualifica a autenticidade de cada gesto religioso, dizendo que é a qualidade e a verdade do relacionamento com Deus. Por isso, denuncia a hipocrisia religiosa, o comportamento que quer dar nas vistas, as atitudes que buscam o aplauso e a aprovação. O verdadeiro discípulo não procura servir-se a si mesmo ou ao «público», mas ao seu Senhor com simplicidade e generosidade: «E teu Pai, que vê o oculto, há-de recompensar-te» (Mt 6, 4.6.18). Então o nosso testemunho será tanto mais incisivo quanto menos procurarmos a nossa glória, cientes de que a recompensa do justo é o próprio Deus, permanecer unido a Ele, aqui nesta terra, no caminho da fé e, no fim vida, na paz e na luz do encontro face a face com Ele para sempre (cf. 1 Cor 13, 12).
015-02-16 Rádio Vaticana
A Igreja desde o seu amanhecer se interessou pelo homem total. Jesus, o caminho, a verdade e a vida, veio para salvar o Mundo, veio libertar o homem e a mulher dos grilhões do pecado. Cristo se interessou pela saúde do homem e da mulher, por isso curou a tantos e a todos chamou ao serviço. Com razão, no início da caminhada rumo à Páscoa somos convidados a purificar o coração de todo egoísmo e comodismo. Interpretando o sentido da Quaresma, a Igreja no Brasil nos convida a celebrar a Campanha da Fraternidade convertendo-nos a Deus, recordando a vocação e missão de todo cristão e das comunidades de fé, no relacionamento dialógico e na colaboração entre “Igreja e Sociedade”, fazendo eco à tradição social da Igreja e, ao mesmo tempo, comemorando o cinquentenário da “Gaudium et Spes” sobre a Igreja do Mundo de hoje, fruto do Concílio Vaticano II. O lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45) chama nossa atenção sobre a realidade da convivência, com as suas leis e normas de condutas, com critérios organizados e com entidades que “cuidam do bem-estar daqueles que convivem”... Leia mais! Ouça tmb.
2015-02-16 Rádio Vaticana
Anúncio do Evangelho (Mc 1,40-45)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.
...Naquele tempo, um leproso chegou perto de Jesus e, de joelhos, pediu: “Se queres, tens o poder de curar-me”...
Este Evangelho – diz o Papa Francisco – nos mostra o que Deus faz diante do nosso mal:
“Não vem dar uma palestra sobre a dor; não vem nem mesmo eliminar do mundo o sofrimento e a morte; vem, isto sim, tomar sobre si peso de nossa condição humana e assumi-la até as últimas consequências, para libertar-nos de modo radical e definitivo. Assim Cristo combate os males e os sofrimento nos mundo: assumindo-os e vencendo-os com a força da misericórdia de Deus”.
...Jesus, ao mesmo tempo misericordioso e fraterno, quebra a visão de uma religiosidade preconceituosa em que o leproso é visto como impuro. O Senhor se aproxima, o toca, e o cura. O Senhor se mostra maior que os sacerdotes, pois de fato liberta o homem de sua doença e de sua culpa.
... E ser livre para Paulo é ser responsável, fazendo tudo em prol da salvação de todos e não pensando em vantagens para si mesmo.
...Queridos irmãos, ouvintes da Rádio Vaticano, até onde somos livres? Até onde enfrentamos preconceitos, medos, temores, para sermos irmãos? Até onde nos acomodamos para que nossa vida calma e tranqüila continue, mesmo que essa atitude guarde nosso egoísmo, proteja nosso prestígio, tudo em prejuízo do amor fraterno, do amor ao Senhor que se identificou com o humilhado e com o sofredor? (Fonte) Pe. César Augusto dos Santos SJ
No número 220 aponta que “O amor de Deus é "eterno" (Is 54,8): "Os montes podem mudar de lugar e as colinas podem abalar-se, mas o meu amor não mudará" (Is 54,10). "Eu te amei com um amor eterno, por conservei por ti o amor" (Jr 31,3).
A essência de Deus é o amor por excelência. No número 221 do Catecismo da Igreja Católica diz que o próprio Ser de Deus é Amor. Ao enviar, na plenitude dos tempos, seu Filho único e o Espírito de Amor, Deus revela seu segredo mais íntimo: Ele mesmo é eternamente intercâmbio de amor: Pai, Filho e Espírito Santo, e destinou-nos a participar deste intercâmbio...Leia mais. Ouça tmb!
Se olhares bem, poderás dar-te conta de como são grandes a tua dignidade humana e o teu valor...
Necessidade da revelação
...6. Pela revelação divina quis Deus manifestar e comunicar-se a Si mesmo e os decretos eternos da Sua vontade a respeito da salvação dos homens, «para os fazer participar dos bens divinos, que superam absolutamente a capacidade da inteligência humana»(6).
«Do conhecimento de Jesus Cristo dimana a compreensão de toda a Sagrada Escritura»
Do «Brevilóquio» de São Boaventura, bispo (Prologus: Opera omnia 5, 201-202) (Sec.XIII)
A Sagrada Escritura não tem a sua origem na investigação humana, mas na revelação divina, que vem do Pai das luzes, de quem toda a paternidade toma o nome no Céu e na terra.
Do Pai, por seu Filho Jesus Cristo, desce sobre nós o Espírito Santo; por meio do Espírito Santo, que reparte os seus dons e os distribui a cada um como Lhe agrada, se nos dá a fé; e pela fé Cristo habita nos nossos corações.
Deste conhecimento de Jesus Cristo, como princípio original, depende a recta compreensão de toda a Sagrada Escritura.
Por isso, não pode ter acesso ao conhecimento da Escritura quem não tiver antes infundida na alma a fé em Cristo, que é como a luz, a porta e o fundamento de toda a Escritura.
[...] A finalidade ou fruto da Sagrada Escritura não é um êxito qualquer: é a plenitude da felicidade eterna. [...]
Para chegar directamente a este resultado final, através do recto caminho da Escritura , devemos começar pelo princípio, isto é, voltar-nos para o Pai das luzes com fé sincera, dobrando os joelhos do nosso coração, para que Ele, por seu Filho, no Espírito Santo, nos dê o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo e, com o conhecimento, nos dê o seu amor.
Deste modo, conhecendo-O e amando-O, fundados solidamente na fé e enraizados na caridade, podemos compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade da Sagrada Escritura, e por este conhecimento podemos chegar ao conhecimento pleno e amor extático da Santíssima Trindade, para onde se voltam as aspirações dos santos e onde está a perfeição de toda a verdade e de toda a bondade. (Fonte)
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA
DEI VERBUM
SOBRE A REVELAÇÃO DIVINA
"A Terra requer respeito e não violência": mensagem para a Expo 2015
2015-02-08 Rádio Vaticana
Depois, o Papa convidou, especialmente os políticos, a serem corajosas testemunhas de caridade. Recordando que a caridade não é só um princípio das microrrelações (famílias, amigos, grupos…) mas também das macro (relações sociais, econômicas, políticas), o Papa disse que a política é uma vocação altíssima e indicou como campos de um empenho político autêntico a defesa da dignidade da pessoa humana e do bem comum. E exortou, remetendo à sua Exortação Apostólico “A Alegria do Evangelho”:
“Por favor, sede corajosos e não tenhais medo de vos deixar interrogar, nos projetos políticos e econômicos, por um significado mais amplo da vida, porque isto vos ajuda a “servir realmente o bem comum” e vos dará força no “multiplicar e tornar mais acessíveis para todos os bens deste mundo”
Gerir com carinho...
Como terceira atitude concreta para sair dos sofismas e nominalismos em volta da questão da alimentação, o Papa recomendou a...
J'esus não é um personagem do passado: Ele continua sempre a iluminar o caminho do homem. ("sempre")
Responsório (Sl 146)
— Louvai a Deus, porque ele é bom e conforta os corações.
— Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom,/ cantai ao nosso Deus, porque é suave:/ ele é digno de louvor, ele o merece!/ O Senhor reconstruiu Jerusalém,/ e os dispersos de Israel juntou de novo.
— Ele conforta os corações despedaçados,/ ele enfaixa suas feridas e as cura;/ fixa o número de todas as estrelas/ e chama a cada uma por seu nome.
— É grande e onipotente o nosso Deus,/ seu saber não tem medida nem limites./ O Senhor Deus é o amparo dos humildes,/ mas dobra até o chão os que são ímpios...
"Ama e faz aquilo que quiseres... " (Sto Agostinho)
(fonte)
TEÓLOGOS DA IDADE MÉDIA
São Tomás de Aquino (3) (Vídeo)
São Tomás de Aquino (2) (Vídeo)
Santo Antônio de Pádua (Vídeo)
São Domingos de Gusmão (Vídeo)
São Francisco de Assis (Vídeo)
...O Papa Francisco numa sentida meditação afirmou que S. João Batista “jamais traiu a sua vocação” pois estava consciente de que a sua missão era anunciar a vinda do Messias. E por ordem do rei Herodes, João é preso e depois decapitado. Nas palavras do Santo Padre, João termina a sua vida sob a autoridade de um rei medíocre, bêbado e corrupto, pelo capricho de uma bailarina e pelo ódio vingativo de uma adúltera – afirmou o Papa Francisco que confessou comover-se sempre com esta passagem do Evangelho que o faz pensar nos mártires dos nossos dias:
Ao meditar sobre a história de João Batista o Papa Francisco declarou que esta o faz pensar em si próprio:
“Também eu vou acabar. Todos nós acabaremos. Ninguém tem a vida ‘comprada’. Também nós, querendo ou não, caminhamos na estrada da aniquilação existencial da vida, e isso, pelo menos para mim, faz-me rezar para que esta aniquilação se pareça o mais possível com a de Jesus Cristo, com a sua aniquilação”.
...Vai fazer-nos bem pensar nos nossos mártires. Hoje pensemos em Paulo Miki, mas isso aconteceu em 1600. Pensemos naqueles de hoje! De 2015”....
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Acreditar não significa estar livre de momentos difíceis, mas ter a força para os enfrentar sabendo que não estamos sozinhos.
0 respostas1.062 retweets932 curtiram1. A doença do sentir-se “imortal”, “imune” ou até mesmo “indispensável” transcurando os controles necessários e habituais. Uma Cúria que não faz autocrítica, que não se atualiza, que não procura melhorar é um corpo enfermo. Uma visita ordinária aos cemitérios poderia ajudar-nos a ver os nomes de tantas pessoas, algumas das quais pensassem talvez que eram imortais, imunes e indispensáveis! É a doença do rico insensato do Evangelho que pensava viver eternamente (cf Lc 12, 13-21) e também daqueles que se transformam em senhores e se sentem superiores a todos e não a serviço de todos. Esta doença deriva muitas vezes da patologia do poder, do “complexo dos Eleitos”, do narcisismo que fixa apaixonadamente a sua imagem e não vê a imagem de Deus impressa na face dos outros, principalmente dos mais fracos e necessitados. O antídoto para esta epidemia è a graça de nos sentirmos pecadores e de dizer com todo o coração «Somos servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17, 10).
2. Outra doença: doença do “martalismo” (que vem de Marta), da excessiva operosidade: ou seja, daqueles que mergulham no trabalho, descuidando, inevitavelmente, “a melhor parte”: sentar-se aos pés de Jesus (cf Lc 10,38-42). Por isto Jesus chamou os seus discípulos a “descansar um pouco’” (cf Mc 6,31) porque descuidar do descanso necessário leva ao estresse e à agitação. O tempo do descanso, para quem levou a termo a sua missão, è necessário, obrigatório e deve ser lavado a sério: no passar um pouco de tempo com os familiares e no respeitar as férias como momentos de recarga espiritual e física; é necessário aprender o que ensina o Coélet que «para tudo há um tempo» (3,1-15).
3. Há ainda a doença do “empedernimento” mental e spiritual, ou seja, daqueles que possuem um coração de pedra e são de “dura cerviz” (At 7,51-60); daqueles que, com o passar do tempo, perdem a serenidade interior, a vivacidade a audácia e escondem-se atrás das folhas de papel, tornando-se “máquinas de práticas” e não “homens de Deus” (cf Hb 3,12). É perigoso perder a sensibilidade humana necessária que nos faz chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram! É a doença dos que perdem “os sentimentos de Jesus ” (cf Fl 2,5-11) porque o seu coração, com o passar do tempo, endurece e torna-se incapaz de amar incondicionalmente ao Pai e o próximo (cf Mt 22,34-40). Ser cristão, com efeito, significa ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo» (Fl 2,5), sentimentos de humildade e de doação, de desapego e de generosidade.
4. A doença do planejamento excessivo e do funcionalismo. Quando o apóstolo planeja tudo minuciosamente e pensa que, fazendo um perfeito planejamento, as coisas efetivamente progridem, tornando-se, assim, um contador ou um comercialista. Preparar tudo bem è necessário, mas sem jamais cair na tentação de querer encerrar e pilotar a liberdade do Espírito Santo, que é sempre maior, mais generosa do que todo planejamento humano (cf Jo 3,8). Cai-se nesta doença porque «é sempre mais fácil e cômodo adaptar-se às suas posições estáticas e imutadas. Na realidade, a Igreja mostra-se fiel ao Espírito Santo na medida em que não tem a pretensão de regulamentá-lo e de domesticá-lo… - domesticar o Espírito Santo! - … Ele é frescor, fantasia, novidade».
5. A doença da má coordenação. Quando os membros perdem a comunhão entre si e o corpo perde a sua funcionalidade harmoniosa e a sua temperança, tornando-se uma orquestra que produz barulho, porque os seus membros não cooperam e não vivem o espírito de comunhão e de equipe. Quando o pé diz ao braço: “não preciso de ti”, ou a mão à cabeça: “quem manda sou eu”, causando, assim, mal-estar ou escândalo.
6. Há também a doença do “alzheimer espiritual”: ou seja, o esquecimento da “história da salvação”, da história pessoal com o Senhor, do «primeiro amor» (Ap 2,4). Trata-se de uma perda progressiva das faculdades espirituais que num intervalo mais ou menos longo de tempo causa graves deficiências à pessoa, tornando-a incapaz de exercer algumas atividades autônomas, vivendo num estado de absolta dependência das suas visões, tantas vezes imaginárias. É o que vemos naqueles que perderam a memória do seu encontro com o Senhor; naqueles que não têm o sentido deuteronômico da vida; naqueles que dependem completamente do seu presente, das suas paixões, caprichos e manias; naqueles que constroem em torno de si barreiras e hábitos, tornando-se, sempre mais escravos dos ídolos que esculpiram com suas próprias mãos.
7. A doença da rivalidade e da vanglória. Quando a aparência, as cores das vestes e as insígnias de honra se tornam o objetivo primordial da vida, esquecendo as palavras de São Paulo: «Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses , e sim os dos outros» (Fl 2,1-4). É a doença que nos leva a ser homens e mulheres falsos, e a vivermos um falso “misticismo” e um falso “quietismo”. O mesmo São Paulo os define «inimigos da Cruz de Cristo» porque se envaidecem da própria ignomínia e só têm prazer no que é terreno» (Fl 3,19).
8. A doença da esquizofrenia existencial. É a doença dos que vivem uma vida dupla, fruto da hipocrisia típica do medíocre e do vazio espiritual progressivo que formaturas ou títulos acadêmicos não podem preencher. Uma doença que atinge frequentemente aquele que, abandonando o serviço pastoral, se limitam aos afazeres burocráticos, perdendo, assim, o contato com a realidade, com as pessoas concretas. Criam, assim, um seu mundo paralelo, onde colocam à parte tudo o que ensinam severamente aos outros e começam a viver uma vida oculta e muitas vezes dissoluta. A conversão è por demais urgente e indispensável para esta gravíssima doença (cf Lc 15,11-32).
9. A doença das fofocas, das murmurações e do mexerico. Já falei muitas vezes desta doença, mas nunca è suficiente. É uma doença grave, que começa simplesmente, quem sabe, para trocar duas palavras e se apodera da pessoa, transformando-a em “semeadora de cizânia” (como satanás), e em tantos casos “homicida a sangue frio” da fama dos seus colegas e confrades. É a doença das pessoas velhacas que, não tendo a coragem de falar diretamente, falam pelas costas. São Paulo nos adverte: «Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes» (Fl 2,14-18). Irmãos, guardemo-nos do terrorismo das maledicências!
10. A doença de divinizar os chefes: é a dos que cortejam os Superiores, esperando obter a benevolência deles. São vítimas do carreirismo e do oportunismo, honrando as pessoas e não a Deus (cf Mt 23,8-12). São pessoas que vivem o serviço, pensando exclusivamente no que devem obter e não no que devem dar. Pessoas mesquinhas, infelizes e inspiradas só pelo seu próprio egoísmo (cf Gal 5,16-25). Esta doença poderia atingir também os Superiores, quando cortejam alguns seus colaboradores para obter a sua submissão, lealdade e dependência psicológica, mas o resultado final é uma verdadeira cumplicidade.
11. A doença da indiferença para com os outros. Quando alguém pensa somente em si mesmo e perde a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando o mais experto não coloca o seu conhecimento a serviço dos colegas menos expertos. Quando se chega ao conhecimento de algo e o esconde para si, ao invés de compartilhar positivamente com os outros. Quando, por ciúme ou por astúcia, se sente alegria ao ver o outro cair, ao invés de erguê-lo e encorajá-lo.
12. A doença da cara funérea. Quer dizer, das pessoas grosseiras e sisudas que pensam que, para ser sérias, é necessário assumir as feições de melancolia, de severidade e tratar os outros – principalmente os que consideram inferiores – com rigidez, dureza e arrogância. Na realidade, a severidade teatral e o pessimismo estéril são muitas vezes sintomas de medo e de insegurança. O apóstolo deve esforçar-se por ser uma pessoa amável, serena e alegre que transmite alegria por toda parte onde quer se encontre. Um coração repleto de Deus è um coração feliz que irradia e contagia de alegria todos os que estão à sua volta: é o que se vê imediatamente! Não percamos, portanto, aquele espírito jovial, cheio de humor, e até autoirônico, que nos torna pessoas amáveis, mesmo nas situações difíceis. Quanto bem nos faz uma boa dose de sadio humorismo! Far-nos-á muito bem recitar muitas vezes a oração de São Tomás Moro: rezo-a todos os dias; me faz bem.
13. A doença de acumular: quando o apóstolo procura preencher um vazio existencial no seu coração, acumulando bens materiais, não por necessidade, mas só para sentir-se seguro. Na realidade, nada de material poderemos levar conosco, porque “a mortalha não tem bolsos” e todos os nossos tesouros terrenos – mesmo que sejam presentes – jamais poderão preencher aquele vazio; pelo contrário, torná-lo-ão cada vez mais exigente e mais profundo. A estas pessoas o Senhor repete: «Dizes: sou rico, faço bons negócios, de nada necessito – e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu ... Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te» (Ap 3,17-19). A acumulação só pesa e freia inexoravelmente o caminho! E penso numa anedota: um tempo, os jesuítas espanhóis descreviam que a Companhia de Jesus era como a “cavalaria leve da Igreja”. Lembro-me da mudança de um jovem jesuíta que, enquanto carregava num caminhão os seus muitos bens: bagagens, livros, objetos e presentes, ouvi um velho jesuíta, que estava a observá-lo, dizer com um sorriso sábio: e esta seria a “cavalaria leve da Igreja?”. As nossas mudanças são um sinal desta doença.
14. A doença dos círculos fechados onde a pertença ao grupinho se torna mais forte do que a pertença ao Corpo, e, em algumas situações, ao próprio Cristo. Também esta doença começa sempre de boas intenções, mas com o passar do tempo, escraviza os membros, tornando-se um câncer que ameaça a harmonia do Corpo e causa tanto mal – escândalos – especialmente aos nossos irmãos menores. A autodestruição ou o “tiro amigo” dos camaradas é o perigo mais sorrateiro. É o mal que atinge a partir de dentro; e, como diz Cristo, «todo o reino dividido contra si mesmo será destruído» (Lc 11,17).
15. E a última: a doença do proveito mundano, dos exibicionismos, quando o apóstolo transforma o seu serviço em poder e o seu poder em mercadoria para obter dividendos humanos ou mais poder; é a doença das pessoas que procuram insaciavelmente multiplicar poderes e, com esta finalidade, são capazes de caluniar, de difamar e de desacreditar os outros, até mesmo nos jornais e nas revistas. Naturalmente para se exibirem e se demonstrarem mais capazes do que os outros. Também esta doença faz muito mal al Corpo porque leva as pessoas a justificar o uso de todo meio, contanto que atinja o seu objetivo, muitas vezes em nome da justiça e da transparência! E vem-me aqui à mente a lembrança de um sacerdote que chamava os jornalistas para lhes contar – e inventar – coisas privadas e reservadas dos seus confrades e paroquianos. Para ele a única coisa importante era ver-se nas primeiras páginas, porque assim se sentia “potente e convincente”, causando tanto mal aos outros e à Igreja. Pobrezinho!
...È necessário esclarecer que só o Espírito Santo - a alma do Corpo Místico de Cristo, como afirma o Credo Niceno-Costantinopolitano: «Creio... no Espírito Santo, Senhor e e vivificador» - pode curar todas as enfermidades. É o Espírito Santo que sustenta todo esforço sincero de purificação e toda boa vontade de conversão. É Ele que nos faz compreender que todo membro participa da santificação do corpo ou do seu enfraquecimento. É Ele o promotor da harmonia: “Ipse harmonia est”, diz São Basílio. Santo Agostinho diz-nos: «Enquanto uma parte aderir ao corpo, a sua cura não è desesperada; mas o que foi cortado não pode nem curar-se nem sarar».
O restabelecimento è também fruto da consciência da doença e da decisão pessoal e comunitária de tratar-se, suportando pacientemente e com perseverança a terapia. ...Leia mais. Ouça tmb!
A Medida Do Amor É Amar Sem Medida!
Da Carta de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir, aos Esmirnenses
(Nn. 1 - 4, 1: Funk 1, 235-237) (Sec. I)
Cristo chamou-nos ao seu reino e à sua glória
Inácio, também chamado Teóforo, à Igreja... estabelecida em Esmirna, na ásia, Igreja cheia de fé e caridade [...]. Dou graças a Jesus Cristo Deus que vos comunicou tão grande sabedoria; pude verificar, de facto, que estais bem firmes e inabaláveis na fé, como se estivésseis cravados em corpo e alma na cruz do Senhor Jesus Cristo, e que estais bem fundados na caridade pelo Sangue de Cristo.
Acreditais firmemente em Nosso Senhor, acreditais que Ele procede verdadeiramente de David segundo a carne e é Filho de Deus pela vontade e poder de Deus; que nasceu verdadeiramente da Virgem; que foi baptizado por João para que se cumprisse n’Ele toda a justiça; que, sob Pôncio Pilatos e o tetrarca Herodes, o seu Corpo foi verdadeiramente crucificado por amor de nós (que somos o fruto da sua cruz e da sua bem-aventurada paixão); e acreditais que, mediante a sua ressurreição, Ele levantou o seu estandarte para sempre em favor dos seus santos e fiéis, para os reunir a todos, tanto judeus como gentios, no único Corpo da sua Igreja.
Tudo isto sofreu por nós, para que fôssemos salvos; e tão verdadeiramente sofreu, como também verdadeiramente Se ressuscitou a Si mesmo.
Eu sei e creio firmemente que depois da sua ressurreição teve um corpo verdadeiro, e que ainda o tem. Quando se aproximou de Pedro e dos seus companheiros, disse-lhes: Tocai-Me, palpai-Me e vede que não sou um espírito sem corpo. Eles logo tocaram e acreditaram na realidade da sua carne e do seu espírito. E por esta fé desprezaram e venceram a própria morte. Depois da sua ressurreição, comeu e bebeu com eles, como um homem de carne e osso, embora estivesse espiritualmente unido ao Pai.
Recordo-vos estas coisas, irmãos caríssimos, embora saiba que tendes os mesmos sentimentos.
“Aos cristãos cabe a tarefa de buscar e encontrar novas soluções para os problemas…”
...Não há tempo a perder (Cf. 2 Cor 7, 29-31). A missão a ser vivida exige grande abertura para a realidade das pessoas, capacidade de diálogo, valorização da sede de Deus (Cf. Jo 4, 1-26) existente no coração humano, criatividade, zelo intenso para ir ao encontro dos outros, onde quer que se encontrem. Aos cristãos cabe a tarefa de buscar e encontrar novas soluções para os problemas, pelo fato de que anunciam aquele que em seu Mistério de Morte e Ressurreição é fonte inesgotável de vida. É sua responsabilidade dar o primeiro passo, visitar, insistir, perdoar, exercer o serviço da misericórdia, pois sua fé professa que Deus nos amou por primeiro (Cf. 1 Jo 4, 19)!
" Palavra para escutar, acolher e anunciar.”
“O Evangelho é palavra de vida, não oprime as pessoas, ao contrário liberta todos os que estão escravos de tantos espíritos malfeitores: a vaidade, a posse do dinheiro, o orgulho, a sensualidade…”
“ O Evangelho muda o coração, muda a vida, transforma as inclinações ao mal em propósitos de bem.”
FRATERNIDADE, FUNDAMENTO E CAMINHO PARA A PAZ
De fato, a santidade reside em saber responder ao chamado do Senhor, seja ele qual for.
Responsório (Sl 94)
— Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!
— Vinde, exultemos de alegria no Senhor,/ aclamemos o Rochedo que nos salva!/ Ao seu encontro caminhemos com louvores,/ e com cantos de alegria o celebremos!
— Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!
— Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,/ e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!/ Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,/ e nós somos o seu povo e seu rebanho,/ as ovelhas que conduz com sua mão.
— Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:/ “Não fecheis os corações como em Meriba,/ como em Massa, no deserto, aquele dia,/ em que outrora vossos pais me provocaram,/ apesar de terem visto as minhas obras”. (fonte)
...O Papa Francisco na sua mensagem nos convida a lutar contra a atitude egoísta que hoje assumiu uma dimensão mundial e que nos leva a esquecer, ou pior, a ignorar as pessoas que sofrem, as injustiças que padecem, e mais em geral, os seus problemas; mas também a ignorar Deus mesmo, que “não é indiferente ao mundo, mas o ama até o ponto de dar o Seu Filho para a salvação do homem”.
O tempo da Quaresma é um tempo no qual diante das tentações reais de indiferença para com o próximo e para com Deus, temos necessidade de ouvir, o brado dos profetas que levantam a voz para nos despertar, “Fortalecei os vossos corações”...(Fonte)
Cidade do Vaticano (RV) – O contexto histórico-cultural brasileiro e italiano forma uma colcha de retalhos representativa da diversidade destes dois povos que as circunstâncias históricas aproximaram apesar da distância geográfica.
Durante um período específico desse encontro, algumas especificidades acabaram por influenciar a cultura local e vice-versa. E nisso a cultura musical teve um papel fundamental na construção da identidade de uma época de desafios para o Brasil.
Entre 1958 e 1973, o Brasil viveu um período de abertura internacional recebendo e reproduzindo em massa produtos culturais das mais diversas partes do mundo. Paradoxalmente, viveu também um momento assombroso de fechamento ditatorial que, apesar de toda a violência e truculência, não conseguiu censurar a cultura musical.
Em Itália visita o Brasil percorreremos esses 15 anos para descobrir o qual era a trilha sonora que embalava as mudanças pelas quais o país passava e saber porque a música italiana fez tanto sucesso em terras tupiniquins.
Nos acompanha nesse percurso histórico o músico gaúcho Zé Galia que, neste primeiro programa, nos fala sobre o primeiro e maior sucesso da música italiana no Brasil – e talvez no mundo: Volare, de Domenico Modugno. (RB) (Fonte)
A fé desvenda-nos o caminho e acompanha os nossos passos na história...
...Voltemos aos Magos do Oriente. Eles eram também e sobretudo homens que tinham coragem ; tinham a coragem e a humildade da fé.
Era preciso coragem a fim de acolher o sinal da estrela como uma ordem para partir, para sair rumo ao desconhecido, ao incerto, por caminhos onde havia inúmeros perigos à espreita.
Podemos imaginar que a decisão destes homens tenha provocado sarcasmo: o sarcasmo dos ditos realistas que podiam apenas zombar das fantasias destes homens.
Quem partia baseado em promessas tão incertas, arriscando tudo, só podia aparecer como ridículo.
Mas, para estes homens tocados interiormente por Deus, era mais importante o caminho segundo as indicações divinas do que a opinião alheia.
Para eles, a busca da verdade era mais importante que a zombaria do mundo, aparentemente inteligente...
...Os homens que então partiram rumo ao desconhecido eram, em definitiva, pessoas de coração inquieto; homens inquietos movidos pela busca de Deus e da salvação do mundo; homens à espera, que não se contentavam com seus rendimentos assegurados e com uma posição social provavelmente considerável, mas andavam à procura da realidade maior.
Talvez fossem homens eruditos, que tinham grande conhecimento dos astros e, provavelmente, dispunham também duma formação filosófica; mas não era apenas saber muitas coisas que queriam; queriam sobretudo saber o essencial, queriam saber como se consegue ser pessoa humana.
E, por isso, queriam saber se Deus existe, onde está e como é; se Se preocupa connosco e como podemos encontrá-Lo. Queriam não apenas saber; queriam conhecer a verdade acerca de nós mesmos, de Deus e do mundo.
A sua peregrinação exterior era expressão deste estar interiormente a caminho, da peregrinação interior do seu coração.
Eram homens que buscavam a Deus e, em última instância, caminhavam para Ele; eram indagadores de Deus .
...O homem «digital», como o das cavernas, procura na experiência religiosa os caminhos para superar a sua finitude e para assegurar a sua precária aventura terrena. De resto, a vida sem um horizonte transcendente não teria um sentido completo, e a felicidade, para a qual todos nós tendemos, está projectada espontaneamente para o futuro, para um amanhã que ainda se deve realizar... (Fonte)
Conheça a verdade e a verdade Vos Libertará...
...Esse, aliás, foi o motivo que o levou a desentender-se com Henrique VIII.
O soberano queria divorciar-se de sua primeira esposa para desposar Ana Bolena. Contudo, o papa Clemente VII negou o pedido do rei que, em retaliação, rompeu com a Igreja católica, criando uma Igreja inglesa ou anglicana da qual ele era a maior autoridade.
More, então, renunciou ao cargo de chanceler e deixou de servir o governo.
Henrique VIII casou-se com Ana Bolena e exigiu que a nobreza da Inglaterra jurasse considerar seu legítimo herdeiro um filho que eventualmente tivesse com ela.
More foi chamado a realizar seu juramento em 1535, mas, diante de sua recusa, foi aprisionado na Torre de Londres. Pouco depois, no mesmo ano, foi acusado de traição, julgado, condenado e decapitado. Quatro séculos depois, em 1935, foi canonizado pela Igreja católica...(Fonte)
...Muitas são as razões em favor da proclamação de S. Tomás Moro como Patrono dos Governantes e dos Políticos.
Quando o homem e a mulher prestam ouvidos ao apelo da verdade, a consciência guia, com segurança, os seus actos para o bem.
...Precisamente por causa do testemunho que S. Tomás Moro deu, até ao derramamento do sangue, do primado da verdade sobre o poder, é que ele é venerado como exemplo imperecível de coerência moral. Mesmo fora da Igreja, sobretudo entre os que são chamados a guiar os destinos dos povos, a sua figura é vista como fonte de inspiração para uma política que visa como seu fim supremo o serviço da pessoa humana...
...Esta harmonia do natural com o sobrenatural é talvez o elemento que melhor define a personalidade do grande Estadista inglês: viveu a sua intensa vida pública com humildade simples, caracterizada pelo proverbial «bom humor» que sempre manteve, mesmo na iminência da morte.
Tomás Moro viveu uma carreira política extraordinária no seu País. Tendo nascido em Londres no ano 1478 de uma respeitável família, foi colocado, desde jovem, ao serviço do Arcebispo de Cantuária, João Morton, Chanceler do Reino. Continuou depois, em Oxford e Londres, os seus estudos de Direito, mas interessando-se também pelos vastos horizontes da cultura, da teologia e da literatura clássica. Dominava perfeitamente o grego e criou relações de intercâmbio e amizade com notáveis protagonistas da cultura do Renascimento, como Erasmo de Roterdão.
...Entre elas, conta-se a necessidade que o mundo político e administrativo sente de modelos credíveis, que lhes mostrem o caminho da verdade num momento histórico em que se multiplicam árduos desafios e graves responsabilidades.
Com efeito, existem, hoje, fenómenos económicos intensamente inovadores que estão a modificar as estruturas sociais; além disso, as conquistas científicas no âmbito das biotecnologias tornam mais aguda a exigência de defender a vida humana em todas as suas expressões, enquanto as promessas duma nova sociedade, propostas com sucesso a uma opinião pública distraída, requerem com urgência decisões políticas claras a favor da família, dos jovens, dos anciãos e dos marginalizados.
Em 1504, no reinado de Henrique VIII, foi eleito pela primeira vez para o Parlamento. O rei renovou-lhe o mandato em 1510 e constituiu-o ainda como representante da Coroa na Capital, abrindo-lhe uma carreira brilhante na Administração Pública. No decénio sucessivo, Henrique VIII várias vezes o enviou em missões diplomáticas e comerciais à Flandres e territórios da França actual. Constituído membro do Conselho da Coroa, juiz presidente dum tribunal importante, vice-tesoureiro e cavaleiro, tornou-se em 1523 porta-voz, ou seja presidente, da Câmara dos Comuns.
...Constatando a firmeza irremovível com que ele recusava qualquer compromisso contra a própria consciência, o rei mandou prendê-lo, em 1534, na Torre de Londres, onde foi sujeito a várias formas de pressão psicológica.
Mas Tomás Moro não se deixou vencer, recusando prestar o juramento que lhe fora pedido, porque comportaria a aceitação dum sistema político e eclesiástico que preparava o terreno para um despotismo incontrolável.
Ao longo do processo que lhe moveram, pronunciou uma ardente apologia das suas convicções sobre a indissolubilidade do matrimónio, o respeito pelo património jurídico inspirado aos valores cristãos, a liberdade da Igreja face ao Estado.
Condenado pelo Tribunal, foi decapitado.
"A privatização da salvação é uma estrada errada”. (Papa Francisco)
São três os critérios para não privatizar a salvação: “a fé em Jesus que nos purifica”, a esperança que “nos faz enxergar as promessas e seguir adiante” e “a caridade: prestemos atenção uns aos outros, para estimular-nos reciprocamente na caridade e nas boas obras”:...Leia mais! Ouça tmb...
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Deus nada nos pede, que antes não no-lo tenha dado:
« Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro »
2015-01-28 Rádio Vaticana
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2015 - « Fortalecei os vossos corações» (Tg5,8)
Amados irmãos e irmãs!
Tempo de renovação para a Igreja, para as comunidades e para cada um dos fiéis, a Quaresma é sobretudo um « tempo favorável » de graça (cf. 2 Cor6,2). Deus nada nos pede, que antes não no-lo tenha dado: « Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro » (1 Jo4,19). Ele não nos olha com indiferença; pelo contrário, tem a peito cada um de nós, conhece-nos pelo nome, cuida de nós e vai à nossa procura, quando O deixamos. Interessa-Se por cada um de nós; o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos acontece. Coisa diversa se passa connosco! Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar.
Realizar a vontade de Deus “não é fácil” – diz o Papa...
...“Eu rezo para que o Senhor me dê a vontade de fazer a sua vontade ou busco acordos porque tenho medo da vontade de Deus?
Outra coisa: rezar para conhecer a vontade de Deus em relação a mim e à minha vida, sobre a decisão que devo tomar agora.
Sobre a maneira de administrar as coisas… A oração para querer fazer a vontade de Deus, e a oração para conhecer a Sua vontade .
E quando conheço a vontade de Deus, com a oração pela terceira vez: realizá-la.
Para realizar a vontade , que não é a minha, mas é Sua. E não é fácil”...
...“Que o Senhor nos dê a graça, a todos nós, para que um dia possa dizer de nós aquilo que disse daquele grupo, daquela multidão que o seguia, daqueles que estavam sentados ao seu redor, como ouvimos no Evangelho: ‘Eis minha mãe e os meus irmãos.
Quem faz a vontade de Deus é para mim irmão, irmã e mãe”. Fazer a vontade de Deus faz-nos ser parte da família de Jesus, faz-nos mãe, pai, irmã e irmão”.
"Mestre, onde moras? Vinde e vede!" (Jo 1, 38-39)
“tudo o que queres para ti, fá-lo aos outros”
... a reconhecer que só a civilização do amor manifesta, o melhor possível, a convivência sustentada em sociedade e redimensionada na cultura, a vocação de toda a humanidade... Leia mais! Ouça tmb...
“Vem-me à mente esta questão: por que são principalmente as mulheres a transmitir a fé?
rsrs...
Maria Mãe de Deus,
...Rogai por nós!
... Simplesmente porque quem nos trouxe Jesus foi uma mulher: foi o caminho escolhido por Jesus. Ele quis ter uma mãe: o dom da fé também passa pelas mulheres, como Jesus passou por Maria”.
“E devemos pensar hoje – sublinha o Papa – se as mulheres têm a consciência do dever de transmitir a fé”.
Paulo convida Timóteo a guardar a fé, evitando “os vazios mexericos pagãos, as bisbilhotices mundanas”. “Todos nós – alerta – recebemos o dom da fé. Devemos guardá-lo para que ele pelo menos não se dilua, para que continue a ser forte com o poder do Espírito Santo”. E a fé é guardada quando reacende este dom de Deus.
...O espírito de prudência - explica o Papa Francisco - é “saber que nós não podemos fazer tudo o que queremos”, significa buscar “as estradas, o caminho, as maneiras” para levar avante a fé, mas com prudência ... (Fonte)
...Concluindo: a um só sinal da vontade do Verbo de Deus, todas as coisas foram tão bem organizadas que, exercendo cada uma a actividade que lhe é própria, constituem todas juntas uma só ordem perfeita.
...A nossa alma põe simultaneamente em movimento todos os nossos sentidos, cada um segundo a sua actividade específica; e assim, na presença de algum estímulo exterior, todos se põem em movimento ao mesmo tempo: o olho vê, o ouvido escuta, a mão toca, o nariz cheira, a língua saboreia, e ainda outros membros do corpo se movem, como por exemplo os pés, que se põem a caminhar. De maneira semelhante acontece na criação em geral. Certamente, os exemplos ficam muito aquém da realidade, e por isso é necessária uma reflexão mais profunda para compreender a verdade que querem ilustrar.
Francisco: Jesus quer que os cristãos sejam unidos
...a nossa história, nos dividiram. Rezemos para que o Espírito Santo nos una novamente”
“Jesus é o cumprimento das promessas divinas, porque é Aquele que dá ao homem o Espírito Santo, a "água viva" que sacia o nosso coração inquieto, sedento de vida, de amor, de liberdade, de paz: sedento de Deus. Foi ele mesmo quem se revelou à mulher samaritana, encontrada no poço de Jacó, para quem disse: "Dá-me de beber". Precisamente estas palavras de Cristo, dirigidas à samaritana, foram o tema da anual Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que termina hoje”, recordou o Papa.... veja mais!
Evangelho: terceiro domingo do tempo comum
Pobres, mestres de vida...
“Onde está o teu tesouro aí estará também teu coração”
...É dizer ao povo que faça sua adesão a Jesus, que se liberte das amarras. Quais são nossas amarras? O que nos impede irmos até Deus, de deixarmos acomodações inebriantes, de abrirmos mãos de uma sociedade consumista, de relativizarmos nossos valores e voltarmos a atenção para aquilo que nos fala de Deus, mesmo que seja uma vida simples, comprometida com o eterno e com o que nos torna irmãos? A este propósito, pensemos no que diz a Palavra de Deus: “Onde está o teu tesouro aí estará também teu coração” (Mt 6, 21).
Um gesto de Vida que fala por si próprio...Quem ès Tu Senhor? (Ouça...)
Salmo Responsorial (Sl 24)
— Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,/ vossa verdade me oriente e me conduza!
— Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,/ e fazei-me conhecer a vossa estrada!/ Vossa verdade me oriente e me conduza,/ porque sois o Deus da minha salvação.
— Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura/ e a vossa compaixão que são eternas!/ De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia/ e sois bondade sem limites, ó Senhor!
— O Senhor é piedade e retidão,/ e reconduz ao bom caminho os pecadores./ Ele dirige os humildes na justiça,/ e aos pobres ele ensina o seu caminho.
...Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade...
A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro.
...Na família , é sobretudo a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra… é sobretudo esta capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade. Reduzir as distâncias, saindo mutuamente ao encontro e acolhendo-se, é motivo de gratidão e alegria: da saudação de Maria e do saltar de alegria do menino deriva a bênção de Isabel, seguindo-se-lhe o belíssimo cântico do Magnificat, no qual Maria louva o amoroso desígnio que Deus tem sobre Ela e o seu povo. De um «sim» pronunciado com fé, derivam consequências que se estendem muito para além de nós mesmos e se expandem no mundo. «Visitar» supõe abrir as portas, não encerrar-se no próprio apartamento, sair, ir ter com o outro. A própria família é viva, se respira abrindo-se para além de si mesma; e as famílias que assim procedem, podem comunicar a sua mensagem de vida e comunhão, podem dar conforto e esperança às famílias mais feridas, e fazer crescer a própria Igreja, que é uma família de famíliaS.
Vaticano, 23 de Janeiro – Vigília da Festa de São Francisco de Sales – de 2015.
...na realidade, abençoar em vez de almadiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o BEM é sempre possível, para educar os filhos na fraternidade...
art by Pramod Kurlekar
...“que não se esquecem que Deus é bom e que a bondade é contagiosa, não uma doença contagiosa, mas uma coisa boa que contagia. O mundo hoje precisa desse contágio de bondade”...
Ano Internacional da Luz: o desafio do desenvolvimento sustentável
Cidade do Vaticano (RV) – A sede da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, em Paris, acolheu esta semana cientistas de todo o mundo para a inauguração do Ano Internacional da Luz, convocado pela ONU.
Ao proclamar este Ano, as Nações Unidas reconhecem a importância da conscientização mundial sobre como as tecnologias baseadas na luz promovem o desenvolvimento sustentável e fornecem soluções para os desafios mundiais nas áreas de energia, educação, agricultura, comunicação e saúde.
Na inauguração, o Vaticano estava representado pelo Pontifício Conselho da Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, que falou sobre os modos como a luz influencia a cultura humana e nossa percepção do universo. Mas não só. Participaram também oito membros da Pontifícia Academia das Ciências. Entre eles, o físico brasileiro Vanderlei Bagnato, da USP. Nesta entrevista ao Programa Brasileiro, ele explica o conceito de luz e sua evolução no decorrer da história. Clique acima para ouvir.
(BF)
...ele é o "Deus escondido" (Is 45,15)
A oração do bom humor que o Papa Francisco ...
“Como bom inglês, o mártir Tomás Moro valorizava o senso de humor. Acho que, se o temos para valorizar esta oração, é porque Deus também o tem como fonte de bom ânimo. Eu aprecio muito esta oração!”, disse.
Vamos rezar com o Papa?
Oração do bom humor
Senhor, dai-me uma boa digestão,
mas também algo para digerir.
Dai-me a saúde do corpo, mas também
o bom humor, necessário para mantê-la.
Dai-me, Senhor, uma alma simples,
que saiba aproveitar tudo o que é bom
e que não se assuste quando o mal chegar,
e sim que encontre a maneira de colocar as coisas no lugar.
Dai-me uma alma que não conheça o tédio
nem os resmungos, suspiros e lamentos,
e não permitais que eu me atormente demais
com essa coisa incômoda demais chamada “eu”.
Dai-me, Senhor, senso de humor
Amém.
Conhecimento da verdade e amor...
Mas, como é este caminho que a fé desvenda diante de nós? Donde provém a sua luz, tão poderosa que permite iluminar o caminho duma vida bem sucedida e fecunda, cheia de fruto?
...Dante, na Divina Comédia, depois de ter confessado diante de São Pedro a sua fé, descreve-a como uma « centelha / que se expande depois em viva chama / e, como estrela no céu, em mim cintila ».É precisamente desta luz da fé que quero falar, desejando que cresça a fim de iluminar o presente até se tornar estrela que mostra os horizontes do nosso caminho, num tempo em que o homem vive particularmente carecido de luz...
...É conhecido o modo como o filósofo Ludwig Wittgenstein explicou a ligação entre a fé e a certeza. Segundo ele, acreditar seria comparável à experiência do enamoramento, concebida como algo de subjectivo, impossível de propor como verdade válida para todos. De facto, aos olhos do homem moderno, parece que a questão do amor não teria nada a ver com a verdade; o amor surge, hoje, como uma experiência ligada, não à verdade, mas ao mundo inconstante dos sentimentos...A fé e a busca de Deus...
35. A luz da fé em Jesus ilumina também o caminho de todos aqueles que procuram a Deus e oferece a contribuição própria do cristianismo para o diálogo com os seguidores das diferentes religiões. A Carta aos Hebreus fala-nos do testemunho dos justos que, antes da Aliança com Abraão, já procuravam a Deus com fé ; lá se diz, a propósito de Henoc, que « tinha agradado a Deus », sendo isso impossível sem a fé , porque « quem se aproxima de Deus tem de acreditar que Ele existe e recompensa aqueles que O procuram » ( Heb 11, 5.6). Deste modo, é possível compreender que o caminho do homem religioso passa pela confissão de um Deus que cuida dele e que Se pode encontrar. Que outra recompensa poderia Deus oferecer àqueles que O buscam, senão deixar-Se encontrar a Si mesmo? Ainda antes de Henoc, encontramos a figura de Abel, de quem se louva igualmente a fé , em virtude da qual foram agradáveis a Deus os seus dons, a oferenda dos primogénitos dos seus rebanhos (cf. Heb 11, 4). O homem religioso procura reconhecer os sinais de Deus nas experiências diárias da sua vida, no ciclo das estações, na fecundidade da terra e em todo o movimento do universo. Deus é luminoso, podendo ser encontrado também por aqueles que O buscam de coração sincero.
Imagem desta busca são os Magos, guiados pela estrela até Belém (cf. Mt 2, 1-12). A luz de Deus mostrou-se-lhes como caminho, como estrela que os guia ao longo duma estrada a descobrir. Deste modo, a estrela fala da paciência de Deus com os nossos olhos, que devem habituar-se ao seu fulgor. Encontrando-se a caminho, o homem religioso deve estar pronto a deixar-se guiar, a sair de si mesmo para encontrar o Deus que não cessa de nos surpreender. Este respeito de Deus pelos olhos do homem mostra-nos que, quando o homem se aproxima d’Ele, a luz humana não se dissolve na imensidão luminosa de Deus, como se fosse um estrela absorvida pela aurora, mas torna-se tanto mais brilhante quanto mais perto fica do fogo gerador, como um espelho que reflecte o resplendor. A confissão de Jesus, único Salvador, afirma que toda a luz de Deus se concentrou n’Ele, na sua « vida luminosa », em que se revela a origem e a consumação da história. Não há nenhuma experiência humana, nenhum itinerário do homem para Deus que não possa ser acolhido, iluminado e purificado por esta luz. Quanto mais o cristão penetrar no círculo aberto pela luz de Cristo, tanto mais será capaz de compreender e acompanhar o caminho de cada homem para Deus.
Configurando-se como caminho, a fé tem a ver também com a vida dos homens que, apesar de não acreditar, desejam-no fazer e não cessam de procurar. Na medida em que se abrem, de coração sincero, ao amor e se põem a caminho com a luz que conseguem captar, já vivem — sem o saber — no caminho para a fé : procuram agir como se Deus existisse, seja porque reconhecem a sua importância para encontrar directrizes firmes na vida comum, seja porque sentem o desejo de luz no meio da escuridão, seja ainda porque, notando como é grande e bela a vida, intuem que a presença de Deus ainda a tornaria maior. Santo Ireneu de Lião refere que Abraão, antes de ouvir a voz de Deus, já O procurava « com o desejo ardente do seu coração » e « percorria todo o mundo, perguntando-se onde pudesse estar Deus », até que « Deus teve piedade daquele que, sozinho, O procurava no silêncio »
Quem se põe a caminho para praticar o bem, já se aproxima de Deus, já está sustentado pela sua ajuda, porque é próprio da dinâmica da luz divina iluminar os nossos olhos, quando caminhamos para a plenitude do amor...Leia mais!
O verdadeiro amor abre-se às surpresas de Deus...
“Deixemo-nos surpreender por Deus. E não tenhamos a psicologia do computador de querer saber tudo”.
“É mais difícil deixar-se amar do que amar, por isso é tão difícil chegar ao amor perfeito de Jesus”, disse Francisco, ao recordar a parte do Evangelho de Mateus na qual Cristo o amou...
Fomos chamados para o mais e somente o Mais poderá nos saciar plenamente e eternamente.
Em meio a tanto tumulto, a tanta falação, as pessoas se sentem perdidas e buscam algo que lhes dê segurança, norte, que as oriente para o caminho certo, é isso que elas desejam.
Essa situação se dá hoje e se verificava também no tempo de Samuel, um profeta do século XI a. C. que recebeu do Senhor a missão de levar ao povo a palavra de Deus...
...Quem é persistente ouve a voz do Senhor e sabe qual é sua missão, o que Deus pretende dele ou dela neste mundo ou naquela situação concreta. A pessoa passa a ter um norte, sua vida passa a ter sentido...Leia mais! ouça tmb!
...aprendamos a chorar
Não a um dinheiro que governa em vez de servir...
Exorto-vos a uma solidariedade desinteressada e a um regresso da economia e das finanças a uma ética propícia ao ser humano...
O dinheiro deve servir, e não governar!
...57. Por detrás desta atitude, escondem-se a rejeição da ética e a recusa de Deus. Para a ética , olha-se habitualmente com um certo desprezo sarcástico; é considerada contraproducente, demasiado humana, porque relativiza o dinheiro e o poder. É sentida como uma ameaça, porque condena a manipulação e degradação da pessoa. Em última instância, a ética leva a Deus que espera uma resposta comprometida que está fora das categorias do mercado. Para estas, se absolutizadas, Deus é incontrolável, não manipulável e até mesmo perigoso, na medida em que chama o ser humano à sua plena realização e à independência de qualquer tipo de escravidão. A ética – uma ética não ideologizada – permite criar um equilíbrio e uma ordem social mais humana. Neste sentido, animo os peritos financeiros e os governantes dos vários países a considerarem as palavras dum sábio da antiguidade: «Não fazer os pobres participar dos seus próprios bens é roubá-los e tirar-lhes a vida. Não são nossos, mas deles, os bens que aferrolhamos».
58. Uma reforma financeira que tivesse em conta a ética exigiria uma vigorosa mudança de atitudes por parte dos dirigentes políticos, a quem exorto a enfrentar este desafio com determinação e clarividência, sem esquecer naturalmente a especificidade de cada contexto. O dinheiro deve servir, e não governar! O Papa ama a todos, ricos e pobres, mas tem a obrigação, em nome de Cristo, de lembrar que os ricos devem ajudar os pobres, respeitá-los e promovê-los. Exorto-vos a uma solidariedade desinteressada e a um regresso da economia e das finanças a uma ética propícia ao ser humano...Leia Mais
Está dentro de nós a força do amor...
O amor de Deus não se aprende com normas e preceitos.
Assim como não é preciso ensinar-nos a gozar da luz, a desejar a vida, a amar os pais ou educadores, assim também, e com maior razão, o amor de Deus não procede de uma disciplina exterior, mas é na própria constituição natural do homem que está inserida, como que em germe, uma força espiritual que contém em si a capacidade e a necessidade de amar. Esta força espiritual inata é depois cultivada diligentemente e alimentada sabiamente na escola dos preceitos divinos, que, com a ajuda de Deus, a conduz à perfeição...
...Sendo isto assim, o mesmo podemos afirmar da caridade. Tendo recebido o preceito de amar a Deus, na nossa própria natureza possuímos a força e a faculdade de O amar; não é preciso demonstrá-lo com argumentos exteriores, mas qualquer de nós o pode experimentar por si mesmo e em si mesmo. Por instinto natural desejamos o que é bom e belo, embora nem a todos pareçam boas e belas as mesmas coisas; do mesmo modo, sem que ninguém no-lo tenha ensinado, amamos aqueles que nos são mais próximos por parentesco ou convivência e espontaneamente mostramos simpatia para com os nossos benfeitores. ...Leia mais...
... o flagelo generalizado da exploração do homem pelo homem fere gravemente a vida de comunhão e a vocação a tecer relações interpessoais marcadas pelo respeito, a justiça e a caridade.
Em virtude disso, a fraternidade constitui a rede de relações fundamentais para a construção da família humana criada por Deus.
"...a ética na economia e na política"
...precisamos de "programas, mecanismos e progressos orientados para uma melhor distribuição dos recursos, a criação de empregos, a promoção integral daqueles que são excluídos”.
Não à autonomia absoluta dos mercados.
Acima de tudo, precisamos de "homens e mulheres com os braços levantados para Deus para rezar", conscientes de que "o amor e a partilha dos quais provém o desenvolvimento autêntico" não são "um produto" do homem, mas "um dom que se deve pedir". Estes homens e estas mulheres, exorta o Papa, devem empenhar-se em todos os níveis - social, político, institucional e económico - "pondo ao centro o bem comum", porque "os mercados e a especulação não podem gozar de uma autonomia absoluta" . "Já não podemos esperar mais - adverte o Papa - para resolver as causas estruturais da pobreza, para curar as nossas sociedades de uma doença que só pode levar a novas crises"...
Vivência, a Nova Evangelização
Resumo das reflexões do Papa Francisco nas homilias da Missa que em cada manhã ele celebra na Casa Santa Marta, situada nas dependências do Estado do Vaticano.
- — Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
- "O verdadeiro amor promete o infinito"
- “Criaste-nos para vós e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em vós” (Santo Agostinho).
2015-01-09 Rádio Vaticana
Só o Espírito Santo abre o nosso coração tornando-o dócil a Deus e à liberdade – esta a mensagem principal do Papa Francisco na Missa em Santa Marta nesta sexta-feira dia 9 de janeiro.
Uma sessão de yoga não poderá ensinar um coração a “sentir” a paternidade de Deus, nem um curso de espiritualidade zen o tornará mais livre de amar. Somente o Espírito Santo tem este poder. Na sua homilia, o Papa Francisco inspirou-se no episódio da liturgia do dia retirado do Evangelho de Marcos: a multiplicação dos pães e o assombro dos discípulos ao verem Jesus caminhar sobre as águas. Os apóstolos “não entenderam o milagre dos pães porque o coração deles estava endurecido” – afirmou o Papa Francisco.
..Somos livres ou somos escravos, somos sal e luz? Somos fermento? Ou somos apagados, insípidos, hostis, desconfiados, irrelevantes, cansados?
...Um grande artista italiano dizia há alguns dias, que para o Senhor foi mais fácil tirar os israelitas do Egipto do que o Egipto do coração dos israelitas. Foram, “sim, libertados “materialmente” da escravidão, mas durante a marcha no deserto com as várias dificuldades e com a fome começaram então a sentir saudades do Egipto quando “comiam cebolas e alho” (cfr Nm 11,5); se esqueciam porém que as comiam na mesa da escravidão. No nosso coração se aninha a saudade da escravidão, porque aparentemente traz mais segurança, mais que a liberdade, que é muito mais arriscada. Como nos agrada estarmos engaiolados por tantos fogos de artifício, aparentemente belos mas que na realidade duram somente poucos instantes!...
Contemporaneamente o próprio dom pelo qual agradecemos, é também motivo de exame de consciência, de revisão da vida pessoal e comunitária, de nos perguntarmos: como é o nosso modo de viver? Vivemos como filhos ou como escravos? Vivemos como pessoas baptizadas em Cristo, ungidas pelo Espírito, resgatadas, livres? Ou vivemos segundo a lógica mundana, corrupta, fazendo aquilo que o diabo nos faz acreditar que seja de nosso interesse? Existe sempre no nosso caminho existencial uma tendência em resistir à libertação; temos medo da liberdade e paradoxalmente, preferimos mais ou menos conscientemente a escravidão. A liberdade nos assusta porque nos coloca diante do tempo e diante da nossa responsabilidade de vivê-lo bem. A escravidão reduz o tempo em “momentos” e assim nos sentimos mais seguros, isto é, nos faz viver momentos desligados do seu passado e do nosso futuro. Por outras palavras, a escravidão nos impede de viver plenamente e realmente o presente, porque o esvazia do passado e o fecha diante do futuro, da eternidade. A escravidão nos faz acreditar que não podemos sonhar, voar, esperar. (Fonte)
Patriarca de Lisboa reafirma preocupações do papa sobre escravatura moderna
Uma mensagem que dura mais de dois mil anos e ilumina toda humanidade.