Responsabilidade social em tempos de crise

 

Responsabilidade social em tempos de crise

Howard Schultz, CEO da Starbucks, afirma que uma empresa não pode ter os lucros como único objetivo

Em um mundo complexo e mergulhado na crise, uma empresa não pode ter como único propósito a geração de lucro para o acionista. Essa foi a tônica da apresentação em vídeo de Howard Schultz, CEO da Starbucks Coffee Company.

Ele recordou que, no ano passado, um dos destaques da área de responsabilidade social da empresa foi uma campanha para arrecadação de fundos para uma instituição de apoio a pequenas empresas, visando ampliar a empregabilidade diante da crise norte-americana. A Starbucks ofereceu US$ 5 milhões e arrecadou mais de US$ 15 milhões em doações de clientes e empresas. “O empreendedorismo é a espinha dorsal dos Estados Unidos”, comentou.

Schultz ingressou na empresa como diretor de operações e marketing em 1982, quando havia apenas quatro lojas. Hoje, a empresa está presente em 61 países, com mais de 18 mil lojas. Segundo o CEO, a empresa, que transformou a experiência de tomar café nos Estados Unidos, tem como prioridade as pessoas –tanto colaboradores como fornecedores e clientes.

Na visão do empreendedor, a realidade forçou uma mudança de regras para a área de negócios: “Durante muitos anos, especialmente em empresas de capital aberto, a responsabilidade se resumia a gerar lucros. Nos últimos anos, porém, os cidadãos foram deixados para trás e as empresas tiveram de assumir outro papel. Na Starbucks, temos tentado criar um modelo de negócios visando o equilíbrio complicado entre consciência social e lucro”.

Inovar para retomar o crescimento

Quando Schultz assumiu o cargo de CEO, a empresa passava por um momento difícil. Segundo ele, depois de tantos anos de resultados extraordinários, seus líderes se deitaram sobre os louros. Mas o negócio se ressentiu, e foi preciso, mais uma vez, investir em inovação –o que não significa apenas criar novos produtos, mas proporcionar novas maneiras de oferecer qualidade de vida às pessoas. Uma das medidas que a empresa adotou foi oferecer a opção de ações para seus funcionários, investindo mais de US$ 200 milhões.

Na época, foi realizada uma grande convenção, que reuniu mais de 10 mil colaboradores em New Orleans, cidade que tinha acabado de ser destruída pelo furacão Katrina. “Poucas pessoas estavam viajando por causa da crise. Por isso, recebemos muitas críticas. Mas hoje posso dizer que estavam erradas, porque foi algo fundamental para realinhar o comprometimento das pessoas e conectar todos em um propósito comum.”

Ao final de sua apresentação, reforçou a transparência como qualidade fundamental do líder atual. “Meus colegas estavam preocupados com o que eu diria, para não assustar as pessoas, mas uma das grandes lições que aprendi em momentos de crise é que é preciso tomar as decisões baseadas em informações, com clareza, transparência e honestidade. É preciso confiar nas pessoas.” Diante da perda de confiança das pessoas nos líderes, observou: “Nunca foi tão importante ser verdadeiro”.

Entre os grandes diferenciais da Starbucks está sua presença em mídias sociais e seu investimento em novas plataformas. Para Schultz, hoje os celulares são uma das mais importantes, pois já respondem por 2 milhões de transações –e ele acredita que, em breve, o smartphones devem tornar-se a principal plataforma.

Atualmente, a empresa está nos mais diversos países e vem colecionando experiências que auxiliam em seu processo de inovação. De um lado, Schultz acredita que a empresa precisa manter o foco em seu core business, o café. Foi o que fez na China, país onde as pessoas estão mais acostumadas a tomar chá. De outro, está procurando desenvolver a experiência Starbucks para bebidas como o suco, na tentativa de manter o sabor original sem pasteurização.

Confira os principais insights do palestrante

Portal HSM

06/11/2012