Muito mais do que apenas “o filho do dono” na empresa dos pais

10/08/2012 19:57

Entrada de herdeiros no negócio pode ocorrer sem conflitos, tão comuns entre as diferentes gerações. Mas, para que a liderança não seja questionada, é preciso investir muito em treinamento e especialização

Ana Paula Ribeiro
aribeiro@brasileconomico.com.br

A rotina de trabalho, cheia de cobranças, reuniões e cumprimento de metas pode ser desgastante. Se a empresa for familiar, com pais e filhos trabalhando juntos, as tensões do ambiente podem ser ainda maiores. Para evitar que i relacionamento seja fonte de conflitos, é importante saber tirar proveito desse convívio e garantir a longevidade da companhia. Francisco Deusmar de Queirós, fundador da rede de farmácias Pague Menos, acredita que a participação dos quatro filhos contribuiu para o crescimento da empresa. “Não é por ser uma empresa familiar que não pode ser profissional. Isso só acontece quando o pai não investe nos filhos”, diz, acrescentando que seus filhos possuem especializações e estudaram no exterior. A mais velha, Rosilandia, é responsável pela controladoria. A expansão dos negócios está nas mãos de Carlos Henrique e as áreas de marketing e compras são comandadas por Patriciana. Por último, o caçula Mário Henrique é o diretor de finanças e de relações com investidores. Para as demais funções chaves da empresa, Deusmar trouxe profissionais com experiências em outras empresas. Deusmar conta que desde criança os filhos ajudaram no dia a dia da rede de farmácias. Com a experiência acumulada, acreditam que entendem a empresa como ninguém e ajudam a desenvolver novos processos e estratégias. “Eu estou muito satisfeito com o que eles me dão de volta no trabalho. Eles não são apenas filhos do dono”, comemora. Quem também viu o filho seguir seu caminho e assumir os negócios foi Paulino Botelho de Abreu Sampaio, fundador e sócio diretor da corretora Coinvalores. Seu filho, Paulo Botelho, é o gestor responsável pelo home broker. O conselheiro da Dasein Executive Search, Paulo Ângelo, também não vê razões de preocupação nos casos em que os filhos vão trabalhar junto aos pais, desde que feita de forma profissional. “É natural que um pai, ao fundar uma empresa, tenha o desejo de que os filhos ou filhas o sucedam”, disse.

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