Don Tapscott explica como as redes colaborativas estão reinventando o mundo em que vivemos
A criação da internet desencadeou profunda transformação em todos os campos da sociedade. Para Don Tapscott, consagrado autor de 14 livros que se apresentou na HSM ExpoManagement 2012, esse fenômeno inaugurou uma nova era na história da humanidade, regida pela inteligência em rede.
Segundo Tapscott, essa revolução é tão relevante como a provocada pela invenção da prensa por Gutemberg no século XV, que levou a humanidade da fase feudal para a Era Industrial. “Trata-se de um ponto de virada na história da humanidade. Não é uma mera mudança cíclica, mas sim uma mudança secular”, disse ele.
O norte-americano explicou que a chegada da internet reduziu radicalmente os custos da colaboração em rede e, por consequência, estabeleceu um ambiente mais propício para a inovação. “Como encontrar a liderança que vai saber lidar com essa mudança dentro das empresas?”, questionou. “Novos paradigmas geram conflitos, inevitavelmente. Os líderes de velhos paradigmas normalmente têm dificuldades em abraçar a mudança. A boa notícia é que qualquer um de nós pode ser o líder que efetuará esta transição.”
- A revolução tecnológica – gadgets atuam cada vez mais integrados, objetos tornaram-se inteligentes, mobilidade de banda larga, ascensão das redes sociais, uso da multimídia etc.
- A geração NET – uma geração inteira tem o seu desenvolvimento cerebral afetado pelas novas tecnologias. Seus valores são a liberdade, a personalização, a integridade, a colaboração, o entretenimento, a velocidade e a inovação.
- A revolução social – mídias sociais digitais conquistam seu espaço e já conseguem provocar transformações no “mundo real”, como no episódio da Primavera Árabe e na eleição de Barack Obama em seu primeiro mandato. Grupos tendem a se auto-organizar com rapidez e eficiência.
- A revolução econômica – redes tornaram-se o novo espaço competitivo. Projetos construídos a partir da colaboração em massa superam em eficiência os construídos dentro das empresas privadas.
Tempo de reconstrução
Tapscott apontou cinco princípios que devem nortear as empresas que querem se reposicionar na era da inteligência em rede. O primeiro princípio, da colaboração, foi exemplificado com a história da mineradora que criou um grupo de estudo e ofereceu um prêmio para quem encontrasse ouro em sua jazida. “Eles ofereceram US$ 500 mil em recompensa e encontraram um veio que lhes rendeu US$ 3 bilhões”, contou o palestrante.
O segundo princípio, da transparência, não pode ser lembrado apenas pelo caso Wikileaks, advertiu o escritor. “Wikileaks é apenas a ponta do iceberg. O importante é que a empresa se prepare para essa realidade. Se você vai ficar nu na frente das pessoas, é melhor estar em boa forma.”
Para falar sobre compartilhamento, o terceiro princípio enumerado por Tapscott, o autor trouxe o exemplo do Linux e da GSK, que dividem com a comunidade informações sobre sua atuação.
Tapscott também defendeu que as empresas precisam cooperar efetivamente com governos, setor privado, sociedade civil e indivíduos para se reposicionarem na nova realidade da sociedade, conforme o princípio da interdependência. “Os bancos considerados mais seguros dos EUA são os canadenses, porque têm a cultura de colaborar com governo do país.”
Ao término de sua apresentação, o palestrante apontou a integridade como fundamental para a reconstrução da sociedade. “É preciso fazer a coisa certa. Honestidade, consideração e responsabilidade são valores fundamentais”.
Confira os principais insights do palestrante
Portal HSM
07/11/2012
...Procurando um pouco de conteúdo a respeito, encontrei uma entrevista no portal da revista “Veja” de Marshall Goldsmith, coach de mais de 1500 executivos listados pela revista Forbes, em que alerta que uma das armadilhas do sucesso é a presunção e a arrogância. Ele dá detalhes sobre a mudança de perfil da liderança, expondo suas ideias de forma tão clara e transparente que resolvi transcrevê-las na íntegra:...