O que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes.

 
 
 
 
Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermão 103, 1-2.6: PL 38, 613.615) (Sec. V)
 
«Bem-aventurados os que mereceram receber o Senhor em sua própria casa»

As palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo que acabamos de ler no Evangelho advertem-nos que, no meio da multiplicidade das ocupações deste mundo, há um bem único para o qual devemos tender. Tendemos porque ainda estamos a caminho e não em morada permanente; em viagem e não na pátria definitiva; em tempo de desejo e não da posse perfeita. Mas devemos tender sem preguiça e sem parar, a fim de podermos um dia chegar ao fim.

Marta e Maria eram duas irmãs, ambas irmãs não só de sangue, mas também pelos sentimentos religiosos. Ambas estavam unidas ao Senhor; ambas, em perfeita harmonia, serviam o Senhor corporalmente presente. Marta recebeu-O como costumam ser recebidos os peregrinos; e no entanto, era uma serva que recebia o seu Senhor, uma doente que acolhia o Salvador, uma criatura que hospedava o Criador. Recebeu o Senhor para Lhe dar o alimento corporal, ela que precisava do alimento espiritual. Com efeito, o Senhor quis tomar a forma de servo e nesta condição de servo quis ser alimentado pelos servos, por condescendência e não por necessidade. De facto, também foi por condescendência que Se apresentou para ser alimentado, porque tinha assumido um corpo sujeito à fome e à sede. [...]
 

Não tenhas pena, não te lamentes por teres nascido num tempo em que já não podes ver o Senhor na sua carne. Ele não te privou dessa honra, porque Ele mesmo disse: O que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes.

Além disso tu, Marta, – com tua licença o direi, e bendita sejas pelos teus bons serviços – buscas o descanso como recompensa do teu trabalho. Agora estás ocupada com muitos serviços, queres alimentar os corpos que são mortais, embora de pessoas santas. Porventura, quando chegares à outra pátria, poderás encontrar um peregrino a quem hospedar, um faminto com quem repartir o pão, um sequioso a quem dar de beber, um doente a quem visitar, algum litigante a quem reconciliar, algum morto a quem sepultar?

Lá, não haverá nada disto. Que haverá então? O que Maria escolheu: lá, seremos alimentados e não daremos alimento. Lá, há-de cumprir-se em plenitude aquilo que Maria aqui escolheu: daquela mesa opulenta, ela recolhia as migalhas da palavra do Senhor. Quereis saber o que haverá lá? O próprio Senhor o diz a respeito dos seus servos: Em verdade vos digo, que Ele os mandará sentar à mesa e, passando no meio deles, os servirá...
 
Livro de Salmos 103(102),6-7.8-9.10-11.12-13. 
O Senhor faz justiça 
e defende o direito de todos os oprimidos. 
Revelou a Moisés os seus caminhos 
e aos filhos de Israel os seus prodígios. 


O Senhor é clemente e compassivo, 
paciente e cheio de bondade. 
Não está sempre a repreender, 
nem guarda ressentimento. 


Não nos tratou segundo os nossos pecados, 
nem nos castigou segundo as nossas culpas. 
Como a distância da terra ao céu, 

assim é grande a sua misericórdia para os que O temem. 

Como o Oriente dista do Ocidente, 
assim Ele afasta de nós os nossos pecados. 
Como um pai se compadece dos seus filhos, 
assim o Senhor Se compadece dos que O temem. 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

«O Reino do Céu é semelhante ao fermento»

Todo o povo de Deus anuncia o evangelho. A evangelização é dever da Igreja. Este sujeito da evangelização, porém, é mais do que uma instituição orgânica e hierárquica; é, antes de tudo, um povo que peregrina para Deus. […]

A salvação, que Deus realiza e a Igreja jubilosamente anuncia, é para todos, e Deus criou um caminho para Se unir a cada um dos seres humanos de todos os tempos. Escolheu convocá-los como povo, e não como seres isolados (Lumen Gentium 9). Ninguém se salva sozinho, isto é, nem como indivíduo isolado, nem pelas suas próprias forças. Deus atrai-nos, no respeito pela complexa trama de relações interpessoais que a vida numa comunidade humana pressupõe. Este povo, que Deus escolheu para Si e convocou, é a Igreja. Jesus não diz aos Apóstolos para formarem um grupo exclusivo, um grupo de elite. Jesus diz: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos» (Mt 28,19); e São Paulo afirma que no povo de Deus, na Igreja, «não há judeu nem grego […], porque todos sois um só em Cristo Jesus» (Gal 3,28). Gostaria de dizer àqueles que se sentem longe de Deus e da Igreja, aos que têm medo e aos indiferentes: o Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e fá-lo com grande respeito e amor!

Ser Igreja significa ser povo de Deus, de acordo com o grande projecto de amor do Pai. Isto implica ser o fermento de Deus no meio da humanidade; quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de ter respostas que encorajem, que dêem esperança e novo vigor para o caminho. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuitaonde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viver segundo a vida boa do Evangelho... (
Papa Francisco Exortação apostólica «Evangelii Gaudium / A alegria do evangelho» §§111-114 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)

 

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...pra vocêSempre.
 
 

...O Papa resumiu assim a sua reflexão«Três palavras. Caminho como envio para anunciar. Serviço: a vida do cristão não é para si mesmo, mas para o próximo, como foi para Jesus». E «gratuitidade». Assim, poderemos esperar em Jesus, o qual «nos confere uma esperança que nunca desilude». Mas «quando a esperança está na comodidade do caminho ou no egoísmo» e não no serviço ao próximo, ou «quando a esperança está nas riquezas ou nas pequenas seguranças mundanas, tudo isto desaba. É o próprio Senhor que o faz ruir».

Por isso, o Pontífice convidou a continuar a celebração eucarística, «neste caminho rumo a Deus com Jesus no altar, para depois caminharmos rumo ao próximo no serviço e na pobreza, só com a riqueza do Espírito Santo que o próprio Jesus nos concedeu».(Fonte)

 
 
“fazer-nos próximos de todos aqueles que se encontram nas periferias das relações humanas e sociais”.

Nas intenções de oração do Papa Francisco para o mês de agosto, confiadas ao Apostolado da Oração, o Santo Padre convida a rezar por todos aqueles que operam no “campo do voluntariado” para que se “comprometam com generosidade ao serviço dos necessitados”.

Nestas suas intenções de oração para o mês de agosto o Santo Padre exprime ainda o desejo de sabermos “fazer-nos próximos de todos aqueles que se encontram nas periferias das relações humanas e sociais”.

Neste mês de agosto rezemos também pelo Papa Francisco, como ele sempre nos pede.

...!